Vinte e um projectos com ADN português nomeados para prémio de arquitectura Mies van der Rohe
Dos trabalhos nomeados, 19 foram construídos em Portugal e dois fora do país. Obras de Álvaro Siza, Aires Mateus e Carrilho da Graça estão entre as seleccionadas.
Dezanove projectos de arquitectura em Portugal, incluindo um de assinatura estrangeira, e dois de arquitectos portugueses construídos fora do país estão nomeados para o Prémio da União Europeia para Arquitectura Contemporânea Mies van der Rohe 2022, foi esta terça-feira anunciado.
No total, especialistas europeus independentes, associações nacionais de arquitectura e o comité consultivo do prémio nomearam 449 trabalhos de 279 cidades em 42 países. Pela primeira vez, encontram-se nomeados trabalhos da Arménia, República da Moldova e Tunísia.
Dos trabalhos nomeados, 19 foram construídos em Portugal. Dois foram ainda construídos fora de Portugal por três gabinetes de arquitectos portugueses: um trabalho de Álvaro Siza e Cor Arquitectos, em Gallarate (Itália), e um trabalho de Manuel Aires Mateus e Vincent Parreira em Clichy-sous-Bois, em França. O atelier Aires Mateus, pelas mãos de Francisco e Manuel Aires Mateus, tem um segundo projecto nomeado, com uma casa em Monsaraz.
O arquitecto Diogo Aguiar tem também dois projectos nomeados: a Pavillion House, em Guimarães, assinado com Andreia Garcia, e um edifício de enoturismo da Quinta da Aveleda, em Penafiel. Igualmente com dois projectos na lista de nomeados está João Mendes Ribeiro, com a Casa São Roque, no Porto, e a Casa no Castanheiro, em Vale Flor, na Mêda.
A Casa Atelier, em Lisboa, de Inês Lobo, a Casa Triangular, em Lisboa, de Luís Pedro Pinto do Studio_LPP, a Casa na Costa do Castelo, em Lisboa, de Ricardo Bak Gordon, o Bairro de São João de Deus, no Porto, de Nuno Brandão Costa, e o Centro de Artes do Carnaval, em Torres Vedras, de José Neves, contam-se entre os 19 trabalhos portugueses nomeados.
Também nomeada está a requalificação da frente marítima da Horta, nos Açores, por João Ferrão e João Costa Ribeiro do extrastudio, o Palácio Marquês de Abrantes, em Lisboa, pelo ateliermob/Trabalhar com os 99%, da equipa da qual faz parte Tiago Mota Saraiva, o edifício Ribeira 11, também na capital, por Ricardo Carvalho e Joana Vilhena, a reabilitação do Campo das Cebolas e das Portas do Mar, igualmente em Lisboa, por Carrilho da Graça e Victor Beiramar Diniz, e o edifício Castilho 203 pelos ARX Portugal Arquitectos, assinado por José Mateus e Nuno Mateus são outros dos seleccionados.
No Porto, a Tipografia do Conto, pela Pedra Líquida (assinado por Alexandra Coutinho, Nuno Grande, Rita Basto e Jorge Gomes), um conjunto de seis casas e um jardim, pelo atelier FALA, assinado por Filipe Magalhães, Ana Luísa Soares e Ahmed Belkhodja, bem como a reabilitação de três edifícios da Rua do Almada, por Figueiredo+Pena Arquitectos, também integram a lista dos nomeados portugueses.
Adicionalmente, um projecto em Lisboa intitulado Dodged House, pelos suíços Daniel Zamarbide e Leopold Banchini cujo atelier se situa na capital portuguesa, faz também parte dos escolhidos para o prémio.
Espanha (com 31 construções no país e três fora), França (29 no país e cinco no estrangeiro), Alemanha (25 dentro de fronteiras e uma fora) e Bélgica (21 no país) são os quatro países com mais nomeados do que Portugal. Todos estes trabalhos serão agregados em Setembro com um novo grupo de nomeados, acrescenta uma nota da organização, fruto do impacto da pandemia de covid-19, que fez com que a selecção de nomeados se desenrolasse em duas fases.