Alfena: mãe do padre e costureira de centro social foram vacinadas

A confirmação foi dada pelo padre Manuel Fernando Silva, que preside ao Centro Social e Paroquial de Alfena, em Valongo. “Não houve da nossa parte tentativa do uso abusivo da vacina.”

Foto
LUSA/CARLOS BARROSO

A costureira e a mãe do presidente do Centro Social e Paroquial de Alfena (CSPA), em Valongo, foram vacinadas em Janeiro juntamente com utentes e funcionários na instituição, confirmou esta segunda-feira, 1 de Fevereiro, à Lusa o responsável.

“Confirmo que isso aconteceu”, disse o padre Manuel Fernando Silva que preside ao CSPA, no distrito do Porto, recusando, contudo, que o cenário em que tal se deu possa dar azo a polémica.

Maria Emília Soares Silva, mãe do padre, e a costureira da instituição, Maria Rosa Duarte, “foram vacinadas no decurso do processo que decorreu no CSPA nos dias 21 e 22 de Janeiro e que envolveu 127 utentes e 85 funcionários dos dois pólos do centro social”, acrescentou.

“A minha mãe tem 68 anos, um quadro de risco, vive na casa paroquial, enquadrada no perímetro do centro social, e faz vivência na instituição. Em ternos formais não é funcionária nem utente, mas faz vivência na instituição e tem contacto constante no seu interior e, por diversas vezes, já fez trabalho voluntário, substituindo funcionários que tiveram de ficar de baixa. Além disso é diabética e tem hipertensão”, explicou o pároco.

Confirmando que a mãe “fez parte da lista inicial” apresentada à Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, Manuel Fernando Silva explicou depois pela qual foi também vacinada “a costureira, há muitos anos colaboradora do centro”. “Ela autopropôs-se, depois percebeu-se que não poderia ser vacinada, mas acabou por beneficiar do facto de haver sobra de vacinas”, disse o responsável.

De Maria Rosa Duarte justificou ainda que tem “um ateliê de costura com os utentes, no centro social”, e que esse “contacto mais ou menos frequente” levou a direcção do CSPA a “encarar que era de acautelar essa situação também”.

Sobre as sobras de vacinas, o pároco contabilizou sete, explicando que, por exemplo, “quatro dos funcionários presentes na lista não foram vacinados devido a terem alergias que obrigam a que o sejam em contexto hospitalar”. “Não houve da nossa parte tentativa do uso abusivo da vacina. Não estamos a lesar os bens nacionais porque sei que a vacina é um bem escasso. Tivemos o cuidado de fazer uma triagem muito estreita sobre quem tem contacto com utentes e funcionários”, salientou o presidente do centro. E assinalou: “Nem eu nem ninguém da direcção do CSPA foi vacinado”.

Questionado sobre o que foi feito às “sete vacinas que sobraram”, o pároco respondeu que “essa gestão foi da equipa médica e de enfermagem [do Agrupamento de Centros de Saúde Maia/Valongo]”.