Hospital Garcia de Orta também já tem área de pré-triagem de ambulâncias
Depois do Santa Maria, hospital em Almada passa a ter apoio do INEM e da Protecção Civil para diminuir as filas de espera de ambulâncias.
Uma área de pré-triagem de ambulâncias foi instalada no Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, para fazer face à pressão assistencial à covid-19, que já elevou a taxa de ocupação da unidade hospitalar a 323%.
Com o apoio da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) e do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), a nova área de pré-triagem é similar à que foi instalada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde também se têm registado filas de espera de ambulâncias nas duas últimas semanas.
“Fizemos um apelo de colaboração à Protecção Civil e ao INEM para que nos viessem instalar um sistema de pré-triagem. Pensamos que seja útil. Não tem sido uma gestão fácil”, confessou o director clínico do HGO, Nuno Marques, em declarações aos jornalistas, acrescentando: “A grande dificuldade que temos tido, apesar de todo o investimento feito na criação de enfermarias, é a pressão assistencial, que é muita e rapidamente as vagas ficam preenchidas”.
De acordo com os números fornecidos por Nuno Marques, o HGO conta ao dia de hoje 245 doentes internados, dos quais 27 em unidades de cuidados intensivos, e permanece no nível III do seu Plano de Contingência, mantendo a sobrelotação do Serviço de Urgência Geral, na vertente da área respiratória.
Por sua vez, o comandante regional da ANEPC, Elísio Oliveira, frisou a pressão actualmente existente sobre esta unidade hospitalar na margem Sul do rio Tejo, sublinhando que o dispositivo hoje instalado é uma forma de garantir que os doentes que chegam às urgências “são avaliados e apenas seguem para a parte hospitalar aqueles que realmente carecem desse tipo de cuidados”.
“Ao longo do dia de hoje, só do distrito de Lisboa vieram 14 ambulâncias trabalhar aqui para a área de Almada e, portanto, esta pré-triagem vai reduzir a pressão sobre o serviço de urgência, tentando auxiliar para acabar com estas filas de ambulâncias e as longas esperas junto ao serviço de urgência”, declarou à Lusa.
À Protecção Civil cabe aqui um papel de “articulação e coordenação de recursos” no sentido de assegurar a continuidade da capacidade de resposta a qualquer situação de emergência. Na área de pré-triagem estiveram hoje duas equipas constituídas por médico e enfermeiro do INEM, juntando-se a partir de segunda-feira uma terceira equipa proveniente do agrupamento de centros de saúde (ACES) de Almada-Seixal.
“Temos diferentes tipologias de equipamento: desde logo uma área onde todas as questões administrativas são feitas, áreas de desinfecção onde os profissionais se equipam e desequipam e outra área logística que garanta o suporte a toda a operação. É um conjunto de meios significativos que estão aqui alocados. Esta parceria vai funcionar diariamente entre as 12h e as 20h”, sintetizou Elísio Oliveira.