Diogo Feio defende que é altura de PSD e CDS prepararem seriamente as autárquicas
Centrista lembra que PSD e o CDS assumiram não apresentar candidatos do próprio partido e, portanto, agora também devem ler os resultados eleitorais de umas eleições em que não eram directamente participantes e retirar conclusões em relação à sua acção futura.
O ex-dirigente democrata-cristão Diogo Feio defende que o centro-direita precisa de um “programa verdadeiramente reformista”, sugere que PSD e CDS devem reflectir sobre a sua acção futura, e que é altura de preparar as autárquicas.
Contactado pela Lusa, Diogo Feio, que foi líder parlamentar do CDS-PP, e preside actualmente ao conselho directivo do IDL - Instituto Amaro da Costa, diz que o espaço não socialista “vai ter de ter um programa, um conjunto de ideias, a apresentar de uma forma estruturada aos eleitores”.
“Diria que tem de ter um programa verdadeiramente reformista. Acho que o centro-direita em Portugal tem de ter uma posição muito clara em relação à forma de combater a pandemia, em relação ao modo como surgem os apoios, ou não, de natureza económica neste momento, e aos moldes pelos quais vamos sair da crise”, diz Diogo Feio, vice-presidente do conselho nacional de jurisdição do CDS.
O antigo secretário de Estado da Educação adverte que o PSD e o CDS “têm de ter discursos claros” e mostra-se “perfeitamente convencido de que serão discursos bem diferentes daqueles que tem” o Chega, a força política liderada por André Ventura, que ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais de domingo, obtendo 11,9%, correspondendo a 496.661 votos.
Sobre a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais, Diogo Feio interpreta-o como um “resultado histórico e estrutural”, uma vez que “pela primeira vez um Presidente da República é eleito ganhando em todos os concelhos”.
A “vitória estrondosa” de Marcelo, prossegue Diogo Feio, tem ainda mais relevância no contexto de pandemia que Portugal está a viver.
Os sociais-democratas e os centristas “estiveram de fora destas eleições” porque apoiaram a recandidatura do chefe de Estado, o único candidato sem “intenções partidárias”, sustenta, considerando que é a altura de os dois partidos reflectirem sobre a sua acção futura.
“O PSD e o CDS assumiram não o fazer [apresentar candidatos do próprio partido) e, portanto, agora também devem ler os resultados eleitorais de umas eleições em que não eram directamente participantes e retirar conclusões em relação à sua acção futura. Diria que, neste momento, é altura de preparar seriamente as eleições autárquicas”, sugeriu.