Covid-19: Itália vai processar Pfizer e AstraZeneca devido a atrasos na entrega de vacinas

O primeiro-ministro Giuseppe Conte disse que os atrasos no fornecimento das vacinas são “inaceitáveis” e representam uma séria violação das obrigações contratuais.

Foto
Guiseppe Conte, primeiro-ministro de Itália ALESSANDRO DI MEO/EPA

A Itália vai processar a Pfizer Inc e a AstraZeneca devido aos atrasos na entrega das vacinas contra a covid-19 e para garantir os fornecimentos – não para obter compensações, disse neste domingo o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luigi Di Maio.

“Estamos a trabalhar para que o nosso plano de vacinas não seja alterado”, disse Di Maio à televisão estatal RAI. No sábado, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, disse que os atrasos no fornecimento das vacinas são “inaceitáveis” e representam uma séria violação das obrigações contratuais, acrescentando que a Itália recorreria a todas as ferramentas legais disponíveis.

A Itália terá que refazer todo o seu programa de vacinação se os problemas de abastecimento persistirem, disse um alto funcionário da Saúde do país. 

Questionado sobre as razões para as empresas farmacêuticas terem anunciado a redução dos lotes disponíveis, Di Maio disse acreditar que tiveram mais olhos do que barriga. “Estamos a activar todos os canais para que a Comissão Europeia faça todos os possíveis para que esses senhores respeitem os contratos”, disse.

A Pfizer disse na semana passada que ia reduzir temporariamente os fornecimentos para a Europa para fazer mudanças na fabricação de forma a aumentar a produção. Na sexta-feira, um alto funcionário disse à Reuters que a AstraZeneca também informou a União Europeia que reduziria em 60% as entregas de sua vacina devido a problemas de produção.

O corte de fornecimento anunciado pelas duas empresas vai atrasar a vacinação dos maiores de 80 anos em Itália em cerca de quatro semanas e a do resto da população em cerca de 6-8 semanas, disse o vice-ministro da Saúde, Pierpaolo Sileri, neste domingo. “Esse tipo de atraso afecta toda a Europa e uma boa parte do mundo, mas estou confiante de que o atraso pode ser compensado mais à frente”, disse.