Pelo menos 35 pessoas morreram e centenas ficaram feridas na sequência de um sismo numa ilha da Indonésia esta sexta-feira. As autoridades locais alertaram para a possibilidade de ocorrerem réplicas que podem dar origem a um tsunami.

O sismo de 6.2 na escala de Richter atingiu a ilha de Celebes à 1h de sexta-feira (18 horas de quinta-feira em Portugal continental) com epicentro a uma profundidade de dez quilómetros. Mais de 300 edifícios foram danificados, incluindo um hospital que ficou totalmente destruído, diz a Reuters.

As primeiras informações dão conta de 637 feridos em Majene e mais de duas dezenas em Mamuju.

Há muita gente ainda soterrada no meio dos escombros. As equipas de resgate estavam esta manhã a tentar salvar uma família de oito pessoas que ficou presa debaixo da sua casa em ruínas, disse ao Guardian um dos membros da Protecção Civil da ilha.

As autoridades ainda estão a avaliar os estragos, mas os acessos na ilha estão praticamente destruídos. Várias pontes caíram, a electricidade foi cortada e o aeroporto na cidade de Mamuju também foi atingido.

Apesar de forte, o sismo não foi acompanhado de um alerta de tsunami, mas a directora da Agência de Meteorologia e Geofísica indonésia, Dwikorita Karnawati, disse prever réplicas com a possibilidade de um novo sismo que pode dar origem a um tsunami. Nas últimas horas foram registadas pelo menos 26 réplicas.

Em 2018, um sismo de 6.2 na escala de Richter atingiu Celebes, com uma população de 19 milhões de pessoas, dando origem a um tsunami que matou milhares de pessoas.

Cerca de 15 mil pessoas abandonaram as suas casas e as autoridades receiam que a distribuição de ajuda e o fornecimento de acolhimento sejam dificultadas por causa da pandemia da covid-19. Os responsáveis falam numa “tempestade perfeita”. “Um dos nossos principais receios é exactamente aquilo que se está a passar: o que acontece quando há um incidente de grande escala durante uma pandemia?”, questiona o dirigente da Federação Internacional da Cruz e Crescente Vermelhos para a Indonésia, Jan Gelfand.

“Se temos pessoas que são deslocadas, o risco [de infecção] para elas sobe de forma tremenda. Não queremos deixar as pessoas mais em perigo do que aquilo que já estão”, acrescentou Gelfand.

A Indonésia é um dos países mais atingidos por sismos por causa da sua localização geográfica, numa zona de intensa actividade tectónica conhecida como “Anel de Fogo”.