Obras de Gabriel Abrantes e Alice Jorge nas doações recentes ao Museu do Chiado

O Museu Nacional de Arte Contemporânea recebeu também obras de cinco mulheres artistas: Alice Jorge, Manuela Jorge, Maria Beatriz, Luísa Correia Pereira e Fátima Mendonça.

Foto
Gabriel Abrantes, um artista que não estava ainda representado na Colecção do Museu do Chiado Rui Gaudencio

Obras em pintura, gravura, fotografia e desenho de artistas como Gabriel Abrantes, Alice Jorge e Luís Silveirinha foram doadas nos últimos meses ao Museu Nacional de Arte Contemporânea (MNAC), no Chiado, em Lisboa, revelou esta segunda-feira a sua direcção.

As doações dos artistas e coleccionadores particulares “vêm dar um importante contributo para a colecção do museu, abrindo o leque dos artistas contemporâneos representados, já que nenhum deles estava ainda representado na colecção” do MNAC, revelou a directora da instituição, Emília Ferreira, contactada pela agência Lusa.

No conjunto, contam-se duas obras de desenho do artista Luís Silveirinha e, vindas de colecções particulares, uma pintura de Gabriel Abrantes, da colecção de Manuel Brito, que já estava em depósito no MNAC, além de peças de desenho, gravura, fotografia e pintura, das colecções de Alexandre Pomar e de Teresa Marta.

Nas doações destes dois coleccionadores, que incluem também autores de gerações mais velhas, a directora salientou a entrada no MNAC de obras de mais cinco mulheres artistas: Alice Jorge, Manuela Jorge, Maria Beatriz, Luísa Correia Pereira e, de uma geração mais jovem, Fátima Mendonça. Da colecção de Alexandre Pomar foi também doada uma obra de pintura do artista Pedro Zamith.

“Em termos plásticos, a diversidade dos suportes das obras doadas apresenta também grande relevância para a colecção” do MNAC, sublinhou Emília Ferreira, sobre a importância destas entradas no acervo.

No ano passado, o MNAC apresentou Dissonâncias, uma exposição com 85 obras de 45 artistas, para dar a conhecer ao público uma selecção das aquisições e doações de artistas e mecenas para o museu na última década. Em Setembro, numa visita guiada à Lusa, a directora salientou que as obras que ali entraram naquele período mostram que “a generosidade de artistas e coleccionadores nunca parou, mesmo nas alturas de crise económica mais profunda” no país.

“Num panorama pouco próspero como é o dos museus em Portugal, existir este nível de envolvimento na sociedade civil para com o museu é algo muito importante de destacar”, afirmou, agradecendo a artistas, seus herdeiros, coleccionadores e mecenas que, desde o nascimento do museu situado no centro histórico de Lisboa, fundado em 1911, têm vindo a entregar várias obras.

O acervo do MNAC integra mais de 5.000 peças de arte, num percurso cronológico desde 1850 até à actualidade, incluindo pintura, escultura, desenho, fotografia e vídeo.