Lemos muitos livros, mas aprendemos pouco
Por trás do assalto ao Capitólio está a crescente radicalização da vida política, que esvazia o centro e alimenta os extremos, que se instalou nos EUA e na Europa.
1. Foi provavelmente com o coração partido e uma enorme angústia que a maioria de nós ficou presa ao ecrã da televisão, diante das imagens que nos chegavam de Washington DC. Mais uma vez, a imaginação mais fértil sobre até onde iria Donald Trump para rejeitar os resultados eleitorais de Novembro era largamente ultrapassada pela realidade. Na quarta-feira passada, finalmente, aquilo que ele representa ficou visível para lá de qualquer dúvida ou qualquer explicação. Passámos os últimos anos a ler livros sobre os riscos que as democracias liberais enfrentam, sobre como “as democracias morrem”. Quase sempre por dentro e lentamente. Não estávamos preparados para as imagens que nos chegaram do edifício que simboliza aquela que sempre nos habituámos a olhar como a maior, a mais antiga e a mais sólida democracia do mundo. A “cidade no alto da colina” nascida para iluminar a humanidade através do exemplo. Assente numa Constituição sabiamente escrita pelos pais fundadores há quase 250 anos e em instituições sólidas e perenes, através das quais o poder é exercido e controlado.
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