LeYa retoma atribuição de prémio literário e reduz valor para 50 mil euros
Criado em 2008, para estimular a produção de obras inéditas de autores de Língua Portuguesa, o prémio não foi atribuído em 2019, devido à “falta de qualidade” dos originais apresentados, e foi suspenso em 2020, por causa da pandemia.
O Prémio Literário LeYa volta este ano a ser atribuído, depois de ter sido suspenso em Abril do ano passado, mas com o valor pecuniário de 50 mil euros, metade do atribuído em edições anteriores, anunciou o grupo editorial esta quinta-feira.
“A LeYa deliberou voltar a atribuir, em 2021, o Prémio literário por ela instituído em 2008 e que se encontrava suspenso por força da gravíssima crise que atravessamos. Manter o prémio obriga porém a alterar o seu valor, que passará a ser de 50 mil euros”, lê-se no comunicado enviado à agência Lusa. O grupo editorial realça que o prémio continua “a ser o galardão literário de valor mais elevado instituído e sustentado no espaço da lusofonia por uma entidade privada” e refere que “esta decisão foi tomada ouvido o presidente do júri do Prémio, Manuel Alegre”.
O grupo anunciou no início de Abril do ano passado a suspensão do Prémio Literário LeYa, devido às dificuldades colocadas pelo contexto de combate à pandemia da covid-19. “A gravíssima crise que atravessamos põe seriamente em causa a atribuição este ano do Prémio LeYa”, lia-se no grupo comunicado então difundido.
A direcção do grupo LeYa referia as “muitas dificuldades” que defrontava “para recolher e seleccionar em tempo útil os originais” enviados, desde “o encerramento temporário (por tempo indefinido) das instalações da empresa” ao “regime de teletrabalho adoptado pela maioria dos colaboradores da LeYa”. O grupo referiu ainda as dificuldades com os Correios, esclarecendo que “o envio dos originais por via digital não pode ser aceite, porque daria a conhecer a identidade dos respectivos autores, o que violaria o espírito e a letra do regulamento deste prémio”.
O Prémio LeYa foi criado em 2008, procurando estimular a produção de obras inéditas de autores de Língua Portuguesa. O brasileiro Murilo de Carvalho, com O Rastro do Jaguar, foi o primeiro vencedor, em 2008, tendo sido distinguidos, desde então, seis autores portugueses, dois brasileiros e um moçambicano, João Paulo Borges Coelho, em 2009, com O Olho de Hertzog.
Em 2019, tal como em 2010 e 2016, dada “a falta de qualidade” dos originais enviados, o galardão não foi entregue. Torto Arado, de Itamar Vieira Júnior, é o mais recente romance galardoado com o Prémio Leya, na edição de 2018.