Morreu o violetista Tasso Adamopoulos, antigo solista da Orquestra Gulbenkian

O músico, cuja carreira se repartiu entre França, Israel, os Países Baixos e Portugal, foi vítima de complicações causadas pelo novo coronavírus.

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O violetista Tasso Adamopoulos, antigo solista da Orquestra Gulbenkian, morreu no passado sábado, em Paris, aos 76 anos, “vítima de complicações causadas pelo novo coronavírus”, disse esta quarta-feira à agência Lusa fonte da família.

Violetista e pedagogo francês de origem grega, Tasso Adamopoulos nasceu em Paris, em 1944, estudou com os principais intérpretes da época, como Erwin Schiffer e Henry Rotenberg, com quem trabalhou no Conservatório Rubin, em Haifa, antes de completar a sua formação na Academia de Telavive, com o violetista e compositor húngaro Oedoen Partos.

Destacado por Isaac Stern e Leonard Bernstein, Adamopoulos iniciou a carreira profissional como solista, aos 19 anos, na Orquestra Filarmónica de Roterdão. Nas décadas de 1970 e 1980, ocupou, sucessivamente, o posto de solista na Orquestra Gulbenkian, em Lisboa, no Ensemble Orquestral de Paris, na Orquestra Nacional de França e, desde 1990, na Orquestra Nacional de Bordéus-Aquitânia.

Foi também membro do Trio Sartory, com o violinista Roland Daugareil e o violoncelista Étienne Péclard, com quem formou igualmente o Bordeaux Quartet, que contava com os violinistas Stéphane Rougier e Cécile Rouvière.

Como solista, tanto em orquestra como em conjuntos de câmara, trabalhou com músicos como os maestros Wolfgang Sawallisch, Lorin Maazel, Emmanuel Krivine e Alain Lombard, o violinista Isaac Stern, o flautista Jean-Pierre Rampal e a pianista Maria João Pires. Tocou ainda com os quartetos Talich, Hagen e Lindsay, e com orquestras como a Filarmónica da Radio France e a RTL Luxembourg.

O crítico britânico Norman Lebrecht, colaborador dos jornais The Daily Telegraph e Evening Standard, lamentou no seu site a morte de Tasso Adamopoulos, definindo-o como um dos “mais influentes” violetistas das últimas décadas e sublinhando o seu papel na formação de novos músicos, entre os quais se encontram solistas como Mathieu Herzog, Aurérelie Deschamps, Pierre Vallet, Alain Celo e Françoise Renard. Adamopoulos foi professor no Conservatório Nacional de Música de Lyon e no Conservatório de Bordéus.

Tasso Adamopoulos tocava uma viola de arco (violeta) construída por Carlo Ferdinando, datada de 1755. Era pai da ex-jornalista e escritora Sarah Adamopoulos e de Tasso Adamopoulos, membro da equipa técnica do teatro Lu.Ca, em Lisboa, e irmão da violinista Eve Adamopoulos.