Ordem dos Médicos quer mudança dos critérios de vacinação. Idosos devem ser prioritários

Os mais idosos devem estar incluídos logo na primeira fase da operação de vacinação, defendem o bastonário e o gabinete de crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos.

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O bastonário da Ordem dos Médicos no momento em que foi vacinado contra a covid-19 JOSÉ COELHO/LUSA

A Ordem dos Médicos (OM) quer que os critérios de vacinação contra a covid-19 sejam alterados de forma a que a idade seja considerada um factor prioritário e os mais velhos possam ser imunizados já nesta primeira fase da operação, lembrando que a taxa de letalidade com covid-19 acima dos 80 anos em Portugal é actualmente de “13,6%” enquanto na faixa entre os 50 e os 59 anos é de “cerca de 0,3%”.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, e os elementos do gabinete de crise da OM para a covid-19 defendem, em nota divulgada esta sexta-feira, “uma mudança dos critérios de operacionalização dos grupos prioritários que também privilegie o factor idade”, porque isto “facilitaria a identificação dos grupos-alvo e permitiria reduzir a mortalidade, morbilidade e pressão nos serviços”.

Assim, sugerem, além da selecção dos profissionais de saúde e dos residentes em lares para a etapa inicial da operação, devem igualmente ser vacinados nolo nesta primeira fase os idosos que são “acompanhados directamente pelas famílias”. Da mesma forma, defendem que “o factor idade e doenças associadas deveria ser considerado na selecção inicial” dos profissionais de saúde. Esta posição - que surge na “sequência de algumas notícias que dão conta de que [a OM] corroborou na íntegra a estratégia de Portugal de iniciar a vacinação pelos profissionais de saúde” - já estava expressa num ofício que o bastonário e o gabinete de crise enviaram para o Ministério da Saúde em 21 de Dezembro.

Em Portugal, os grupos prioritários nesta primeira fase da vacinação são os profissionais de saúde directamente envolvidos nos cuidados a doentes, além dos funcionários e dos residentes e lares e os internados em unidades de cuidados continuados. Estão também incluídos nesta etapa inicial os profissionais das forças armadas, das forças de segurança e de serviços considerados críticos. Outro grupo prioritário é constituído pelas pessoas com 50 ou mais anos com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal grave, doença pulmonar obstrutiva crónica ou doença respiratória crónica com necessidade de suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.

As pessoas com 65 ou mais anos com ou sem patologias que não tiverem sido vacinadas na primeira fase na segunda fase - por não residirem em lares ou não sofrerem de uma das quatro patologias definidas no plano nacional - serão vacinadas na segunda etapa que se prevê que arranque em Abril.

Esta estratégia é diferente da seguida por outros países, como por exemplo a Alemanha e Itália, onde os idosos com mais de 80 anos foram considerados prioritários. Mas também há países onde a a estratégia é semelhante à definida em Portugal, nomeadamente a França, que colocou os idosos com mais de 75 anos apenas na segunda fase. 

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