Profissionais dos hospitais privados ainda sem data para iniciar vacinação
A Ordem dos Médicos lançou um inquérito para identificar os médicos fora do Serviço Nacional de Saúde que pretendem ser vacinados e apela à tutela para que defina já datas para os incluir no processo em curso.
A associação que representa os hospitais privados está a aguardar um contacto do Ministério da Saúde nesta quarta ou quinta-feira para formalizar o plano de vacinação contra a covid-19 para os profissionais que não têm sido abrangidos pelo processo desta semana por não trabalharem no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Fonte oficial da Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP) refere terem existido os primeiros contactos do Ministério da Saúde para definir a forma como vai decorrer a vacinação contra a covid-19 dos profissionais no sector privado, mas não adiantou, até ao momento, se tal resultou na definição de um calendário.
Segundo disse, esse plano passará por uma intervenção da Ordem dos Médicos, que, por sua iniciativa, lançou nesta quarta-feira um inquérito para identificar quais os médicos que quererão ser vacinados.
Tanto a Ordem dos Médicos como a Ordem dos Enfermeiros aguardam informações do Ministério da Saúde (MS) sobre essa matéria que consideram prioritária. A vacina começou a ser administrada a profissionais de cinco centros hospitalares do SNS no dia 27 de Dezembro.
A APHP também considera que “as 15 mil pessoas que asseguram o tratamento e a assistência a mais de quatro milhões de doentes por ano [no sector privado]” têm de ser incluídas “no nível de prioridade também atribuído aos profissionais do sector público”.
E acrescenta que tal inclusão se afigura “como decisiva no esforço nacional conjunto para conter e, mais à frente, vencer o vírus”.
A Ordem dos Médicos fez saber que “tem recebido contactos de vários médicos que trabalham no sector privado e social, e das próprias unidades de saúde, por não terem recebido qualquer informação sobre quando poderão ser vacinados contra a covid-19”. A informação foi avançada num comunicado no qual não esconde a “preocupação” que refere ter sido já transmitida pelo bastonário Miguel Guimarães ao secretário de Estado adjunto e da Saúde.
Por considerar ser esta uma questão prioritária, a OM lançou nesta quarta-feira um inquérito junto dos médicos para identificar quem trabalha fora do Serviço Nacional de Saúde e quer ser vacinado. Essa listagem será depois entregue à tutela, indica o comunicado enviado às redacções.
E as equipas do INEM?
Também a Ordem dos Enfermeiros (OE) enviou ao ministério um ofício na terça-feira no qual pergunta concretamente quais são as datas previstas para o início da vacinação dos enfermeiros do sector privado, uma vez que a informação transmitida na última reunião com o coordenador do grupo responsável pelo plano de vacinação, Francisco Ramos, era integrá-los “neste grupo prioritário de profissionais de saúde”, segundo disse ao PÚBLICO a bastonária Ana Rita Cavaco.
“Para além destes”, acrescentou a bastonária da OE, referindo-se aos termos usados no ofício enviado à tutela, “é também importante assegurar a vacinação das equipas do INEM que estão em contacto directo com doentes e fisicamente nas diversas instituições de saúde”.
A bastonária considera como igualmente prioritários “os estudantes de enfermagem que realizam ensinos clínicos nas instituições de saúde”.
Ao PÚBLICO, o gabinete de imprensa do MS disse que, “de acordo com o plano de vacinação, os profissionais de saúde, incluindo os do sector privado, serão vacinados na primeira fase, que deverá acontecer até o final de Março de 2021”.
Não esclareceu, até ao momento, se isso acontecerá depois de todos os profissionais do SNS serem vacinados ou se poderá começar em breve e os dois processos (do sector público e do sector privado) decorrerem em simultâneo.