As cinco crónicas mais lidas no P3 em 2020 são...
Um conto sobre a “a pior espécie de gente”, um manifesto anti-correria e outro pelos cafés que não chegam a acontecer, um megafone com uma sugestão para tornar o guarda roupa mais ético e a saudade de um português emigrado no Reino Unido: eis o que os leitores do P3 mais gostaram no Megafone, em 2020.
Os sonsos e as sonsas
Um conto curto escrito por Cláudia Lucas Chéu foi o megafone mais lido de 2020. Começa assim: “Pior do que uma pessoa com mau carácter, que se topa logo nas primeiras acções incorrectas, só mesmo um/a sonso/a.” A escritora e cronista relembra a palavra phony (fingido), muitas vezes usada por J. D. Salinger, para descrever as personagens na vida real que considera serem “a pior espécie de gente”. Vale a pena (re)ler.
Estou a precisar de parar
Escrito antes de um novo vírus obrigar Portugal e a maior parte dos outros países a fechar-se em casa, o megafone de Manuel Clemente convidava os leitores do P3 a “tirar o pé do acelerador”. “Adoptámos um estilo de vida em sprint, onde sobra pouco espaço para modalidades como a marcha. Ingenuamente, achamos possível percorrer esta maratona de vários anos como se fosse uma prova dos 100 metros. A médio/longo prazo, que impactos terá este comportamento na nossa saúde?” Um manifesto anti-correria para enviares ao amigo que responde sempre: “Tenho andado a mil”.
Nunca adies um encontro, a vida não se repete
“O avô ligou-lhe, mas ela não atendeu, estava a ler um email; foi a última chamada que lhe fez, não se despediram.” O fotógrafo Marco Gil gosta de contar histórias. Nesta, fala de marcar “cafés para um dia destes” e dos serões entre amigos descartados por “dois dedos de conversa”.
Queres saber quais as marcas de roupa que exploram crianças?
O psicólogo Raul Manarte responde, numa das crónicas mais lidas e partilhadas do P3. Com a ajuda de uma aplicação gratuita, fazer escolhas sustentáveis e justas “pode virar moda”, sugere.
Já ninguém quer passar o Verão em Portugal
Um professor emigrado no Reino Unido fala, no calor do momento, do Verão covid-19 de “centenas de milhares de emigrantes, desterrados, exilados, excomungados da terra prometida, a sua.” João André Costa, um dos cronistas mais regulares do P3, lembra o que também significa o “selo covid-seguro”: “sinónimo de regresso, saudade, casa, praia e mar, calor e lágrimas, felicidade, um beijo na boca, outro e outro, tantos abraços, amigos, a nossa cama, o nosso sol, a nossa terra, o cheiro do Verão, todas as noites quentes”. Uma crónica cheia de saudade.