Um pequeno passo de gigante

A distribuição simultânea da vacina em todos os Estados-membros tem um enorme significado: igualizou a capacidade de fracos e fortes para negociar no mercado a sua compra

Reserve as terças-feiras para ler a newsletter de Teresa de Sousa e ficar a par dos temas da actualidade global.

1. Talvez não haja nada de mais simbólico do valor da União para os seus 450 milhões de cidadãos do que este momento. Nos 27 Estados-membros, independentemente da sua riqueza, da sua dimensão, da sua economia, da sua história, da sua cultura, vão ser hoje aplicadas as primeiras vacinas contra a Covid-19 (A Hungria e Eslovénia acabaram por antecipar o calendário acordado). Os critérios escolhidos a nível nacional são igualmente muito semelhantes: para além dos profissionais de saúde, primeiro estão os mais frágeis. As imagens falarão por si. Hão-de preencher ao longo do dia os programas das televisões. Vão permitir palavras entusiásticas dos responsáveis políticos. Ursula von der Leyen será o rosto tranquilo deste “milagre”, simbolizando a instituição europeia que tem como dever fundamental garantir o interesse comum. A Europa exultará de orgulho, mesmo que sejam apenas simbólicas as doses que hoje começam a ser inoculadas. Mesmo que o processo seja lento e haja ainda dúvidas sobre o abastecimento necessário para atingir rapidamente em cada país os números que garantem a imunidade de grupo. Como sempre, a realidade tem duas faces.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.