PCP notou falta de contratações para SNS e de políticas de ruptura na mensagem de Costa

O comunista João Frazão entende que faltou, a António Costa, “assumir uma palavra de condenação para os que tudo querem destruir”.

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Jerónimo de Sousa delegou em João Frazão a reacção à mensagem do primeiro-ministro LUSA/RODRIGO ANTUNES

O dirigente comunista João Frazão sublinhou neste sábado a falta do anúncio de mais contratações para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ou de políticas de ruptura na mensagem de Natal da véspera do chefe do Governo, António Costa.

“O que faltou ao primeiro-ministro (PM) foi anunciar a contratação dos profissionais de Saúde em falta, para o que tem, por proposta do PCP, cabimento no Orçamento do Estado. O que faltou foi anunciar a ruptura com as políticas que criaram os problemas estruturais que ficaram agora expostos com a pandemia”, declarou.

O líder socialista manifestou na sexta-feira esperança na recuperação do país, após um ano de “combate, dor e resistência” por causa da pandemia de covid-19, numa mensagem de Natal em que expressou “especial gratidão” aos profissionais de saúde.

“A dificuldade está em passar do reconhecimento dos profissionais do SNS, que deram uma notável resposta até agora, para a valorização concreta das suas carreiras e profissões. A dificuldade está em passar da solidariedade com o sofrimento de quem perdeu o seu emprego para a defesa concreta de empregos e salários, em passar da preocupação com a economia para a defesa da produção nacional”, defendeu Frazão.

O membro da comissão política do Comité Central do PCP acrescentou que “o que faltou ao primeiro-ministro foi assumir uma palavra de condenação para os que tudo querem destruir, mesmo à custa de uma maior degradação da situação económica e social”.

“Certamente não fizemos tudo bem e cometemos erros, porque só não erra quem não faz”, admitiu Costa, prometendo não regatear esforços para combater a pandemia e aliviar o sofrimento dos portugueses.

João Frazão citou como exemplo os accionistas da Refinaria de Matosinhos, “cujo encerramento, com a consequente destruição de mais de meio milhar de postos de trabalho directos, foi anunciado pela mesma administração que ainda há meses distribuiu mais de 500 milhões de euros em dividendos”.