Música contra a asfixia. Música que nos fez respirar
Num ano onde foi difícil respirar a diversos níveis, o primeiro álbum dos Sault debatia-se com o sufoco e o segundo devolvia-nos a respiração, enquanto Fiona Apple ou Moses Sumney se isolavam e Tristany ou Dino d’ Santiago nos devolviam outros horizontes, que são afinal os de todos nós.
Foi um ano onde respirar, literalmente e metaforicamente, foi difícil. Por causa do vírus, da pandemia, das máscaras. Mas também por processos complexos que vinham de trás. O ambiente cada vez mais degradado. As economias inertes. A democracia fragilizada. Os estigmas, as opressões, o racismo. George Floyd gritou 20 vezes que não conseguia respirar enquanto o joelho de um polícia o asfixiava até à morte, enquanto na Amadora Cláudia Simões era alvo de agressões policiais, ou num estádio de futebol o jogador Marega abandonava o campo depois de ouvir cânticos racistas e o actor Bruno Candé era baleado em plena via pública. Como reacção, saiu-se à rua. Pelo mundo gritou-se #BlackLivesMatter.
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