Os encantos de Porto Santo
O leitor Helder Taveira perdeu-se de amores pela “ilha dourada”.
Em tempos de pandemia, as viagens para o estrangeiro terão de esperar por melhores dias. Assim, na última semana de Agosto, resolvemos ir a Porto Santo, Madeira, e aproveitar uma semana de descanso.
Temos a ideia de que o destino Porto Santo é apenas praia com extenso areal de perder de vista, mas não é verdade, Porto Santo é muito mais do que isso. Com um carro alugado, em dois dias demos a volta à ilha, com paragem em miradouros de cortar a respiração, praias escondidas e quase desertas.
Foi uma agradável surpresa a praia do Zimbralinho. Uma pequena baía, situada na parte Oeste da ilha. Praia de pequenas pedras e sem areia, mas compensa com as suas águas cristalinas e, por enquanto, um lugar sossegado e paradisíaco. É um lugar onde apetecia ficar mais tempo. Por momentos, tivemos a praia só para nós!
Seguiu-se a passagem pela praia das Salemas. É mais um pequeno paraíso. Situado na costa norte da ilha, o local, há muito descoberto pelos habitantes, tem sido timidamente descoberto também por forasteiros que, como nós, ficam encantados quando o visitam. Vale a pena uma caminhada cerca de 15 minutos em terá batida até este pequeno refúgio. O ideal é ir quando a maré está vazia, pois surgem muitas poças de água transparente com temperatura agradável, ideal para observar os peixes que lá abundam.
Para os amantes das caminhadas, Porto Santo tem também alguns trilhos, no decurso dos quais se podem admirar as mais belas vistas sobre a ilha. A subida ao Pico Ana Ferreira possibilita ver uma interessante formação de rochas de origem vulcânica, formam uma disjunção prismática, com colunas quase perfeitas, parecem ter sido esculpidas por um grande artista. Subindo um pouco mais, alcançamos a pequena gruta, também chamada Ana Ferreira. Daí, é soberba a vista sobre o extenso areal da ilha e compreendemos a razão de se chamar a Porto Santo a “ilha Dourada”.
Seguiu-se a caminhada ao Pico do Facho, o ponto mais alto de Porto Santo, (com 516 metros de altitude), com passagem pelo Pico do Castelo e sempre com paisagens de encantar. O Miradouro da Portela, com vista para o areal da praia de Porto Santo, com cerca de 9km de comprimento, é também um lugar a visitar.
Fantástico final de dia na Ponta da Calheta, com um magnífico pôr do sol e com uma poncha de tangerina, acompanhada com bolo do caco, também ficou na memória.
Muito ligada à ilha de Porto Santo está a figura do grande navegador Cristóvão Colombo, que aqui terá vivido alguns anos, tendo mesmo casado em 1479 ou 1480 com Filipa de Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo, primeiro capitão donatário do Porto Santo.
A Casa Colombo, na Vila Baleira, é um museu de história que está instalado numa casa onde se acredita que residiu Cristóvão Colombo e merece uma visita. No seu interior, e também na praça do pelourinho, ainda podemos encontrar as chamadas matamorras. Construções do século XV, de forma mais ou menos cilíndrica, escavada no solo para armazenamento e preservação de cereais, possibilitando assim, escondê-los dos piratas e corsários que frequentemente assaltavam a ilha.
Fizemos várias caminhadas do hotel até à Vila Baleira, e bem junto ao mar ainda se podem ver algumas vinhas que produzem o tão famoso vinho da Madeira. Na altura da nossa passagem, era tempo de vindima e foi possível comprar uns cachos de uvas mesmo junto à estrada.
Porto Santo, uma agradável surpresa que certamente repetiremos.
Helder e Luísa