Covid-19: Portugal quer vacinar 50 mil pessoas por dia nos centros de saúde

Francisco Ramos, responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19, garante que este número não põe em causa o correcto funcionamento destas instituições.

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LUSA/ANDRÉ KOSTERS

O responsável pela equipa de especialistas que gizou o plano de vacinação contra o novo coronavírus prevê que Portugal consiga vacinar 50 mil pessoas por dias nos centros de saúde. Em entrevista à RTP, Francisco Ramos considera ser possível que as 400 mil pessoas que terão de receber a vacina directamente nestes locais possam ser vacinadas em apenas duas semanas, um esforço que, garante, não terá influência na actividade normal destes centros de saúde.

Quanto tivermos a rotina estabelecida, duas semanas. Aquilo que é a capacidade de rotina sem pôr em causa nenhuma das outras actividades normais dos centros de saúde, são cerca de 50 mil inoculações por dia”, afirmou o especialista, admitindo que ainda não existem certezas quanto ao número de vacinas da Pfizer que chegarão na primeira tranche, no início de Janeiro.

Apesar de a Agência Europeia do Medicamento ainda não ter dado “luz verde” a esta vacina, Francisco Ramos diz que uma outra decisão que não a aprovação apanharia as autoridades europeias de surpresa, visto o medicamento produzido pela farmacêutica norte-americana Pfizer e pela empresa alemã BioNTech já ter sido aprovado no Reino Unido e, mais recentemente, no Canadá.

“Já se sabe que será em Janeiro. Depois da aprovação pelo Reino Unido da primeira vacina pela agência britânica, suponho que não há nenhuma razão para não termos confiança que a 29 de Dezembro a agência europeia dará o parecer positivo para que a vacina possa ser aprovada para toda a União Europeia .Há o compromisso que, passados dois, três dias [após a aprovação], a vacina seja distribuída no mesmo dia para todos os países da União Europeia”, começou por dizer o coordenador da task force responsável pelo plano de vacinação. 

“A data central é, neste momento, 29 Dezembro. Seria uma enorme surpresa para todo o mundo que a agência britânica — que até há um ano integrava a agência europeia — tivesse critérios tão diferentes que levasse a diferenças desta ordem de grandeza. A grande dúvida que temos é que quantidades teremos disponíveis para fazer esta vacinação. Aquilo que Portugal tem contratado é cerca de 1,5 milhões de doses no primeiro trimestre. O que estamos a trabalhar com a empresa é saber que quantidade chegará na primeira remessa. Recebemos um lote no início de Janeiro e depois no final do mês, ou no início de Fevereiro, um segundo lote da mesma vacina”, reforçou Francisco Ramos. 

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