“Precisamos de ajuda”: casos de covid-19 enchem cuidados intensivos na capital da Suécia

Bjorn Eriksson garante que capital sueca esgotou capacidade para doentes mais graves. País já teve quase 7300 mortes provocadas pelo novo coronavírus.

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Bjorn Eriksson, responsável pelo combate à covid-19 em Estocolmo Reuters

O responsável sanitário de Estocolmo, Bjorn Eriksson, pediu às autoridades suecas o envio de enfermeiros e outro pessoal hospitalar, num momento em que a capital luta para conseguir controlar uma segunda vaga de infecções de covid-19 que sobrelotou as unidades de cuidados intensivos de Estocolmo.

A Suécia, que optou por não recorrer as medidas de confinamento que muitos outros países impuseram, registando um número muito superior de mortes per capita comparativamente com os seus vizinhos nórdicos, totaliza quase 7300 óbitos provocados pelo vírus.

Estocolmo e as regiões circundantes estão entre as áreas mais atingidas, com 2836 mortes. O índice de novas infecções está a aumentar novamente, depois de um período de tranquilidade no Verão e no Outono, com as unidades de cuidados intensivos cheias.

“Precisamos de ajuda”, afirmou Bjorn Eriksson, numa conferência de imprensa. Existiam 814 pacientes a receber tratamento em hospitais e alas geriátricas da capital na quarta-feira, uma subida face aos 748 de sexta-feira. Durante a Primavera, pico da doença no país, os hospitais chegaram a receber 1100 pacientes. 

Erikson adiantou que estavam internados em unidades de cuidados intensivos 83 pacientes. “Isso corresponde a, mais ou menos, toda a capacidade de camas em cuidados intensivos que temos normalmente”, explicou.

Confrontado com a subida de novos casos nas últimas semanas, o Governo sueco apertou restrições nos ajuntamentos públicos. As escolas secundárias passam para ensino à distância no resto do período lectivo. Na quarta-feira, o Governo declarou a vontade de obter mais poder do Parlamento, de modo a facilitar as medidas de confinamento que permitirão, entre outros aspectos, encerrar os centros comerciais e os ginásios.

Até agora, contudo, as medidas têm sido maioritariamente de carácter voluntário, com a comunicação social a mostrar imagens de ruas cheias de gente nas semanas que antecedem o Natal.

Eriksson pediu adesão às medidas do Governo para ajudar a aliviar a pressão sobre o sistema de saúde. “Já chega. Simplesmente poderá não valer a pena, para beber uns copos após o trabalho e a azáfama da compra de presentes para o Natal… as consequências são horríveis”, lamentou.

Notícia actualizada às 22h37