Covid-19. Um terço dos internados em Portugal está entre os 40 e os 69 anos

Informação foi avançada esta quarta-feira pela ministra da Saúde, Marta Temido, em conferência de imprensa. Cerca de 4% dos internamentos são referentes a pessoas com menos de 40 anos e 63% a pacientes com 70 ou mais anos.

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Marta Temido fez o balanço dos números da DGS esta quarta-feira LUSA/TIAGO PETINGA

A ministra da Saúde, Marta Temido, avançou na conferência de imprensa desta quarta-feira que a idade dos doentes com covid-19 que estão internados em hospitais ou em unidades de cuidados intensivos se divide em três grandes faixas etárias: 4% dos internamentos são referentes a pessoas com menos de 40 anos, 33% têm idades entre os 40 e os 69 anos e 63% dos pacientes internados têm 70 ou mais anos.

A ministra da Saúde referiu-se à informação da idade dos doentes internados como “um dado que por vezes tende a não ser suficientemente valorizado”. “Referimos estes dados para que todos percebam com clareza que não são só as pessoas que contraem doença em determinadas idades, numa fase mais avançada, que originam situações de internamento e de necessidade de internamento hospitalar”, disse ainda.

Ainda segundo o boletim divulgado esta quarta-feira, mas que se refere à totalidade do dia de terça, há 3051 doentes que estão internados. Destes, 432 doentes estão em unidades de cuidados intensivos.

Dos 5891 casos registados no último boletim da Direcção-Geral da Saúde (DGS), mais de mil correspondiam a pessoas entre os 40 e os 49 anos e 425 a pessoas com mais de 80 anos. “Temos aqui uma situação em que o grupo etário predominantemente a contagiar-se foi este entre os 40 e os 49 anos, mas há também um número significativo de pessoas com uma idade avançada entre os novos infectados e isso continua a ser um dado que inspira preocupação”, referiu.

Na semana passada, vários especialistas explicavam ao PÚBLICO que à medida que o número de casos diários sobe, também se prevê que o número de pessoas com formas graves de doença que precisam de internamento em enfermarias e cuidados intensivos aumente.

Para o epidemiologista Manuel Carmo Gomes, quando se olha para os números da covid-19, há também que ter em conta (além da idade das vítimas mortais) a faixa etária dos casos internados, uma vez que a “probabilidade de morrer depende da idade do doente”, conforme disse ao PÚBLICO. “É natural que, se a idade média dos doentes internados começar a ser mais elevada, as perspectivas, nomeadamente em relação ao risco de morte, comecem a ser piores também”, referiu.

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