Covid-19 em Portugal: 3960 novos casos (novo máximo diário) e 24 mortes
Número de doentes em cuidados intensivos é o quarto maior registo desde o início da pandemia, apenas inferior aos números registados de 5 a 7 de Abril. Região norte ultrapassou Lisboa e Vale do Tejo no número total de infecções, com 56.122 desde o início do surto. “Estamos numa fase crítica”, admite secretário de Estado.
Portugal regista nesta quarta-feira mais 24 mortes e 3960 novos casos, um novo recorde diário. O número de vítimas mortais sobe assim para 2394 e o total de infectados ascende a 128.392 desde o início da pandemia. Face ao novo máximo diário de casos registado, o secretário de Estado adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, não esconde a “fase crítica” que o país atravessa no combate à covid-19.
Na terça-feira, 1794 pessoas estavam internadas (mais 47 do que no dia anterior), das quais 262 estão nos cuidados intensivos (mais nove). É o quarto maior registo de doentes em unidades de cuidados intensivos desde o início da pandemia, apenas inferior aos números registados de 5 a 7 de Abril (267, 270 e 271 internados em UCI, respectivamente).
O boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS) divulgado nesta quarta-feira (com dados relativos a terça-feira) dá conta de mais 1657 pessoas recuperadas, aumentando o total de recuperações para 74.001. Excluindo estes casos e os óbitos, há 51.996 casos activos em Portugal, mais 2279 do que no dia anterior.
Com 2114 novas infecções detectadas, a região norte ultrapassou Lisboa e Vale do Tejo e soma agora o maior número total de infecções desde o começo do surto, com 56.122.
Estas duas regiões contabilizam 3219 dos 3960 novos casos notificados no boletim desta quarta-feira (81,3%), bem como 19 das 24 vítimas mortais registadas até às 24h de terça-feira — mais 11 no Norte, para um total de 1053, e oito em Lisboa e Vale do Tejo, que soma agora 955.
Na conferência de imprensa que se segue à publicação do boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), António Lacerda Sales revelou que a taxa de letalidade global do vírus é de 1,9%. Nos infectados com 70 ou mais anos, esta percentagem sobe para os 10,8%.
Foram ainda registadas mais quatro mortes na região centro e identificaram-se 558 novos casos (304 mortes e 10.877 casos), com o outro óbito a ser no Alentejo, que contabiliza ainda mais 110 infecções (43 mortes e 2558 casos).
O relatório de situação dá ainda conta de mais 53 casos no Algarve (2579 casos e 25 mortes), 15 na Madeira (425 casos, sem mortes) e cinco nos Açores (353 casos, 15 mortes).
Portugal vai ter um milhão de testes rápidos antigénio
António Lacerda Sales revelou nesta quarta-feira que o país vai receber um milhão de testes antigénio para rastrear o vírus. Estes testes vão chegar a Portugal com recurso a um financiamento europeu através da Cruz Vermelha, de onde chegarão 500 mil testes, como já tinha sido revelado na sexta-feira pela ministra da Saúde, Marta Temido.
Estes testes vão começar a ser utilizados a partir do dia 9 de Novembro, sendo que a primeira tranche de testes, cerca de cem mil, chegará ao país na primeira semana de Novembro.
A acompanhar o secretário de Estado na conferência de imprensa esteve o presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, Fernando de Almeida, que garantiu que o país está na vanguarda no que diz respeito à utilização destes testes, avançando ainda que foi feito um trabalho de acompanhamento da testagem em vários outros países na Europa.
Foram infectados mais de 6500 profissionais de saúde desde Março. Recuperam quase 70%
Questionado sobre a incidência da covid-19 junto dos profissionais de saúde, António Lacerda Sales fez o balanço total do número de infectados neste grupo profissional desde o início da pandemia.
“O número total de profissionais de saúde infectados é 6596: 800 médicos, 1801 enfermeiros, 1655 assistentes operacionais, 166 assistentes técnicos, 249 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica, outras cerca de 1925 e temos de recuperados 4617, o que significa uma taxa de recuperação de 69,9%”, revelou o secretário de Estado.
António Lacerda Sales diz que o Governo está atento às preocupações levantadas pelo Centro Europeu de Doenças (ECDC, na sigla original), garantindo que está a ser feito um esforço para reforçar a capacidade do Sistema Nacional de Saúde.
“Acompanhamos as preocupações do ECDC, iguais a muitos países da Europa. Diria que temos feito tudo aquilo que está ao nosso alcance para que possamos reforçar o SNS e possamos reforçar aquilo que são os nossos serviços de saúde. Ao longo das últimas semanas, temos adoptado medidas reforçadas de controlo da pandemia. Continuaremos a fazê-lo, tendo de facto em conta aquilo que são as recomendações de todos os organismos nacionais e internacionais”, explicou.