Covid-19. Este foi, de novo, o segundo pior dia em novos casos: 1394. Internamentos continuam a aumentar
Nas últimas 24 horas, o número de pessoas que contactaram com infectados e que estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde disparou. São mais 1539 do que no dia anterior. E há agora 811 doentes internados, mais dez do que no dia anterior, um valor ainda assim longe do observado no pico da epidemia.
Portugal registou de novo, nas últimas 24 horas, mais de mil casos diários de infecção pelo novo coronavírus, um total de 1394, no que volta a ser o segundo pior dia neste indicador desde o início da epidemia de covid-19 no país. De acordo com o boletim diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS), nas últimas 24 horas houve 1394 casos, elevando o número total de casos confirmados para 83.928 desde que o primeiro caso foi conhecido, em Março.
Só em 10 de Abril se tinha registado um número mais elevado de novas infecções, 1516, mas esse foi um dia excepcional porque incluiu actualizações de dias anteriores. Exceptuando esse dia atípico, este é, assim, o pior dia desde o início da epidemia. Mas é preciso notar que, em Março, o número de testes de diagnóstico rondava os 2500 por dia quando agora se aproxima dos 20 mil em média, como acentuou a ministra da Saúde. Esta sexta-feira também aumentou o número de mortes (12, mais duas do que no dia anterior), ascendendo agora a 2062 o total de vítimas mortais relacionadas com a covid-19.
Os números de quinta-feira (1278) já tinham feito soar campainhas de alarme. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, esta sexta-feira de manhã, que os dados conhecidos nesse dia estão dentro do esperado mas não escondeu a sua preocupação. “Estamos num período só comparável ao que foi vivido no início da Primavera. Já se sabia que os números iam subir para valores superiores a mil, nomeadamente com a abertura das escolas, da vida comercial, e agora das universidades. A situação é muito grave”, considerou, desejando que não dure muito tempo, mas reconhecendo que “pode ser não um dia, não uma semana, mas semanas ou meses”. Sem querer dramatizar, Marcelo admitiu, porém, a aplicação de medidas mais restritivas a partir de 15 deste mês, e avançou até com a hipótese de se “repensar o Natal em família”.
O boletim epidemiológico da DGS indica que o total de pessoas internadas em enfermarias e em unidades de cuidados intensivos continua a aumentar, colocando mais pressão sobre os hospitais. Nas últimas 24 horas, dez pessoas foram internadas por causa da covid-19, levando a uma nova subida do total de internamentos. Estão agora internados 811 doentes, 125 dos quais em unidades de cuidados intensivos, mais dez do que no dia anterior. A tendência para o acréscimo observa-se desde o início de Setembro e os valores actuais estão ao nível dos que se verificavam em Maio, mas ainda longe dos contabilizados no pico da epidemia.
Já o número de pessoas que contactaram com infectados e que estão a ser acompanhadas pelas autoridades de saúde disparou nas últimas 24 horas. Em todo o país há agora 47.721 pessoas em vigilância, mais 1539 do que no dia anterior. Há também 29.702 casos activos de infecção, mais 735 do que nesta quinta-feira — este valor é obtido depois de subtraído o número de recuperados e de óbitos ao total de infecções. Portugal nunca teve tantos casos activos porque o número de recuperados evolui a um ritmo inferior ao de novas infecções – foram 647 as pessoas que recuperaram nas últimas 24 horas e, no total, há actualmente 52.164 pessoas consideradas recuperadas em todo o país.
O grosso das novas infecções desta sexta-feira concentra-se em três zonas do país: 689 dos casos foram registados na região Norte, onde ocorreram três das 12 mortes, e 559, na região de Lisboa e Vale do Tejo, que contabiliza a maior parte das vítimas mortais das últimas 24 horas, oito. Na região Centro houve mais um óbito e 96 casos.
Olhando para a distribuição dos casos por região, Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a que tem o maior número acumulado de casos no país – ao todo, são 42.266 os registos de infecção e 822 mortes por covid-19. O Norte tem 30.800 casos e 908 mortes — é a região com o maior número de vítimas mortais. No Centro, desde o início da epidemia somam-se 6758 infecções e 272 mortes. O Alentejo totaliza 1615 casos (11 novos) e 25 mortes. No Algarve há 1921 casos de infecção (31 nas últimas 24 horas) e 20 óbitos. A Madeira tem agora 272 casos de infecção (cinco novos) e zero mortes. Já os Açores registam 294 casos (mais três) e 15 mortes desde o início da pandemia.
Do total de mortes registadas no país, 1032 são homens e 1030 são mulheres.
Notícia actualizada com dados da média diária de testes de diagnóstico em Março e em Outubro.