CML abre linha de apoio a vítimas de violência doméstica

No segundo trimestre de 2020 houve 6928 queixas de violência doméstica, menos 6,2% que no mesmo período em 2019. No entanto, houve mais 570 em comparação com os primeiros três meses deste ano.

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Paulo Pimenta

Lisboa tem a partir desta quinta-feira uma linha municipal de atendimento e prevenção da violência doméstica. O Lisboa + Igualdade é uma iniciativa gratuita da autarquia e funciona nos dias úteis, das 10 às 24h, e com atendimento presencial por marcação através do 800 918 245.

A autarquia sublinhou em comunicado “a necessidade de reforço das políticas públicas no combate a este flagelo”. O projecto é uma colaboração entre vários organismos, como a Universidade Nova de Lisboa, o Observatório Nacional de Violência de Género e a ONG “FEM”.

A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou 23.586 queixas de violência doméstica no seu relatório do ano passado. A maior parte das vítimas (80%) foram mulheres.

Desde final do mês passado que as vítimas de violência doméstica podem ocultar a morada nas notificações das autoridades destinadas ao suspeito ou ao arguido, para reforçar a sua protecção.

Este ano, no segundo trimestre, as autoridades receberam 6928 queixas de violência doméstica, menos 6,2% que no mesmo período do ano passado. No entanto, representou um aumento de 570 em comparação com os primeiros três meses de 2020, segundo o gabinete da ministra de Estado e da Presidência.

Sobre o período de confinamento, um estudo realizado pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto concluiu que 35% dos jovens LGBTQI+ viveu uma situação “sufocante” durante o confinamento em família, com 59% dos inquiridos afirmando-se “desconfortáveis” no seio familiar, e três em cada dez “bastante desconfortável”.

O vereador do Bloco de Esquerda Manuel Grilo, que tem o pelouro dos Direitos Sociais e da Educação, afirmou que o objectivo do Lisboa + Igualdade é “atender e acompanhar vítimas, em complemento às respostas que a cidade já possui (procurar), investigar para perceber o impacte da Covid-19 nas formas de vitimação, avaliar para ajustar a resposta às necessidades da cidade”.

Texto editado por Ana Fernandes

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