Angel Olsen rasga o embrulho vistoso e dá-nos a verdade
Alguns meses depois do majestoso All Mirrors, a autora regressa às mesmas canções (e um par de novidades) em Whole New Mess. As mesmas dores, mas agora sem se esconder por detrás de arranjos – só ela, o seu coração despedaçado e a vontade de mudança.
O mundo de Angel Olsen não desabaria se as suas canções fossem um pouco menos escutadas e se o seu nome frequentasse mais moderadamente as catedrais mediáticas (blogues, sites, revistas e jornais que não se cansam de lhe tecer loas) do indie rock. Para sermos justos, Angel Olsen é sobretudo uma voz de linhagem country-folk, armada com um charme longínquo, como tivesse sido roubada aos estúdios de segunda linha de Nashville (não pertenceria a uma facção popular) da era Mad Men e plantada na contemporaneidade sem demais contextualizações. Acontece que o mundo dito indie acolhe cada vez mais — e com indisfarçável entusiasmo — gente nova com almas velhas, músicos que carregam consigo a tradição e só por acidente se sintonizam com o zeitgeist, dispondo-se a montar-lhes um pedestal com tratamento vintage.
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