Entre a Autobahn e a rave: a história da música electrónica está no Design Museum em Londres

As primeiras experiências com instrumentos electromecânicos, sintetizadores raros, uma bateria-robô, um “estúdio imaginário” de Jean-Michel Jarre, imagens da digressão em 3D que os Kraftwerk trouxeram a Portugal, as máscaras de Aphex Twin e dos Chemical Brothers. A exposição Electronic, patente no Design Museum até Fevereiro de 2021, tem tudo o que um amante de música electrónica pode pedir. Só não tem (não pode ter) aquele familiar suor da pista de dança.

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Um dos destaques da exposição vai para a "experiência visual imersiva em 3D" dos Chemical Brothers Tony Pletts
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Gil Lefauconnier

Foi com uma pequena apresentação na série Tomorrow’s World, um programa da BBC sobre ciência e tecnologia, que os alemães Kraftwerk fizeram a sua primeira aparição na televisão britânica. O ano era 1975 e na bagagem estava o recentemente editado Autobahn, o quarto álbum dos músicos. A faixa-título, uma composição de 23 minutos que tentava recriar os sons de uma típica viagem de automóvel pela auto-estrada, ocupava todo o “lado A” do vinil. No meio dos bleeps e loops, havia um refrão que se colava ao cérebro como mel: “Wir fahren, fahren, fahren auf der Autobahn” (“Conduzimos, conduzimos, conduzimos pela auto-estrada”, em português), ia repetindo o quarteto. Aquele “fahren” quase chegava a ouvidos anglo-saxónicos como “fun”. Ao mesmo tempo, “fun, fun, fun auf der Autobahn” soava tanto a alegre canção para crianças como a solarengo refrão dos Beach Boys. A mistura perfeita, por outras palavras.

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