Um momento de publicação independente: Zaqueu

Fanzines, edições de autor, livros de artista — nesta rubrica queremos falar de publicação independente. Rui Esteves apresenta o seu Zacchaee festinans descende, nam hodie in domo tua oportet me manere.

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Apresenta-nos a tua publicação.
Zacchaee festinans descende, nam hodie in domo tua oportet me manere, Zaqueu para abreviar, é um fotolivro autopublicado em 2019, resultado de dois anos a fotografar a relação entre uma comunidade de Lisboa e a sua paróquia. Não é um trabalho sobre religião. Também não é sobre a fé. Menos ainda sobre arquitectura. Zaqueu não é um estudo social. Também não é um comentário político. Menos ainda sobre território. Zaqueu não é auto-biográfico. Também não é ficcional. Menos ainda abstracto. Zaqueu é um observador, curioso, não interveniente (na maioria dos seus dias), estenopeico, paciente, exterior.

Zaqueu é um convite ao leitor para espreitar pela janela, de fora para dentro, e observar a relação entre a comunidade com o espaço da sua Igreja. Uma comunidade que tem na fé religiosa o fio comum entre si, mas que existe para além dessa dimensão. Que popula um espaço que cresce para além da religião, que transborda para a cultura, companheirismo e até para o banal com esta relação. 

Quem são os autores?
Fotografia e texto de Rui Pedro Esteves. Textos de Padre Jorge Dias e Elisa Matias.

Do que quiseste falar?
Com Zaqueu quero falar sobre a relação entre a comunidade e o espaço da sua igreja. Observar e mostrar o que o espaço alberga que ultrapassa a esfera da prática religiosa, onde, naturalmente esta também se representa. 

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Questões técnicas: quais os materiais usados, quantas páginas tem, qual a tiragem e que cores foram utilizadas?
Capa papel Kraft 285 gramas, impressa a preto; miolo com papel munken white, 115 gramas, impresso a preto. Termocolado. Tem 64 páginas, tiragem de 115 exemplares.

Onde está à venda e qual o preço?
O Zaqueu pode ser comprado através do site do Barba ao Vento ou através do email barba@barbaaovento.pt, pelo preço de 8 euros.

Porquê fazer e lançar edições hoje em dia?
Este é um tema para encher páginas e páginas. Mas na sua essência acontece porque tem de acontecer. Uma urgência em dar vida ao trabalho. Se antigamente acontecia porque era a única possibilidade de conferir longevidade ao trabalho, hoje ganha uma dimensão de contraponto ao imediatismo do nosso quotidiano. Uma anti-rede social.

Recomenda-nos uma edição de autor recente lançada em Portugal.  
Viagens por geografias reais ou ficcionadas são a minha predilecção. Nesse sentido, é incontornável a recomendação de Norwegian Sky 9, de Arlindo Pinto.

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