Jorge Jesus: “Vim para ganhar, não para me reformar. E vamos arrasar”

O treinador de 66 anos já foi apresentado oficialmente como novo treinador do Benfica. E, tal como em 2009, nos “encarnados”, e 2015, no Sporting, chegou com frases fortes preparadas para a apresentação oficial. Garantiu, inclusivamente, que a equipa “vai jogar o triplo” do que jogou até agora.

Jesus em 2012, na primeira passagem pelo Benfica
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Jesus em 2012, na primeira passagem pelo Benfica Reuters/JOSE MANUEL RIBEIRO
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Jesus no Estádio da Luz, a "casa" que o receberá novamente Jose Sarmento Matos
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Jesus levou o Benfica a duas finais europeias Reuters/GIORGIO PEROTTINO
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Jesus nos festejos de um dos três títulos nacionais conquistados Reuters/HUGO CORREIA
Jesus na chegada a Portugal, após a passagem pelo Flamengo
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Jesus na chegada a Portugal, após a passagem pelo Flamengo LUSA/TIAGO PETINGA
Jesus a sair do aeródromo de Tires, no regresso a Portugal
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Jesus a sair do aeródromo de Tires, no regresso a Portugal LUSA/TIAGO PETINGA
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Jesus na apresentação como treinador, nesta segunda-feira LUSA/ANTÓNIO COTRIM

“Vim para ganhar e estou habituado a ganhar. Não vim para me reformar (...) e vamos arrasar”. De fato escuro e gravata vermelha, foi com esta ideia que Jorge Jesus se reapresentou aos benfiquistas, nesta segunda-feira, cinco anos depois de ter deixado o clube, em divergência ideológica com a direcção de Luís Filipe Vieira – o homem que fará agora de Jesus uma bandeira de campanha eleitoral.

Como sempre faz, Jesus voltou a trazer uma ideia forte à chegada ao novo clube. Já o tinha feito em 2009, quando se apresentou no Benfica dizendo: “Comigo, os jogadores do Benfica vão jogar o dobro. E o dobro se calhar é pouco”. E em 2015, quando chegou ao Sporting com o chavão: “Agora, não há dois candidatos em Portugal, há três. Vamos acordar o leão adormecido”.

Nesta segunda-feira, Jesus voltou a ser claro e garantiu que a equipa “encarnada” “não vai jogar o dobro, mas o triplo”. E foi mais longe: “Só um clube é que podia tirar-me do Brasil e o presidente foi lá e conseguiu convencer-me”.

Apresentação com pompa

Cerca de duas horas e meia depois de ter entrado no Benfica Campus, no Seixal, ao volante do seu carro particular, o treinador de 66 anos foi apresentado oficialmente, com os dez troféus conquistados no Benfica colocados em torno de um palco improvisado que deu pompa à cerimónia.

Não houve direito à presença de adeptos – alguns benfiquistas tiveram de ficar à porta do Centro de Estágio –, mas houve lugar para os capitães do Benfica (Jardel, Pizzi, Samaris, Rúben Dias e André Almeida) e para um número limitado de jornalistas, uma classe que Jesus tem sabido “usar” para veicular declarações fortes e contundentes nos clubes para os quais é contratado. E, nesta segunda-feira, voltou a não enjeitar esta possibilidade.

“Vim para unir a nação benfiquista. De um somos todos. É importante que os adeptos percebam isso​”, disparou, perante a imprensa, reforçando a ideia de unir o clube: “Não sou o salvador, o salvador somos todos. Cheguei de um grande clube [Flamengo], que se uniu à volta do seu treinador e da sua equipa. E por isso é que ganhámos. Estou cá para voltar a ganhar com os benfiquistas todos unidos”.

Jorge Jesus aproveitou ainda para garantir que só assinou contrato por duas temporadas, por opção própria. “O presidente ofereceu-me quatro anos e eu disse que queria só um. E ele disse-me que então me dava dois e eu aceitei (…) e vim ganhar menos dinheiro do que ganhava no Flamengo”.

“Sou muito mais treinador do que quando saí”

Já em resposta às perguntas dos jornalistas, Jesus fez uma autoanálise do que aprendeu nos últimos anos. “Não sou o mesmo treinador que cá esteve [entre 2009 e 2015]. Sou muito mais treinador do que quando saí do Benfica. Tenho ideias mais valorizadas para o Benfica e o futebol português”, garantiu, prometendo aos adeptos trabalho e lembrando que chega ao clube com muitos títulos conquistados. “No mundo, sou muito conhecido. Agradeço a quem? Ao Benfica e ao Flamengo”.

“Vou tentar conquistar outro paraíso. Acredito no projecto do presidente e acredito nele a 100%. Nós dependemos de resultados, mas estamos convictos de que temos capacidade para fazer uma equipa muito forte. Não vou fazer revolução nenhuma, vou é mudar conceitos e mudar ideias (...) para que, no fim do ano, possa dizer que voltei ao paraíso”, apontou também.

Jesus abordou ainda o objectivo de conquistar provas na Europa, tal como pediu Luís Filipe Vieira. “O grande objectivo é o campeonato português. Depois, o Benfica tem de ambicionar mais do que os títulos nacionais e recuperar o prestígio internacional. No meu tempo, cheguei a duas finais que fizeram de mim muito mais conhecido. É esse o caminho que temos de seguir: de um Benfica internacional, jogando ‘à Benfica’ na Europa. Mas para chegares a títulos internacionais tens de fazer uma reflexão. É isso que estamos a elaborar e formar uma equipa muito forte para podermos pensar em ganhar tudo. Estou habituado a ganhar tudo, não é só o campeonato. Queremos chegar a títulos internacionais e podemos prometer confiança e compromisso”.

Acerca de possíveis reforços, Jesus não se comprometeu com nomes, mas garantiu que o clube tem poder para convencer jogadores de craveira mundial. “Já temos estado a falar internamente em relação ao que pode ser o plantel. Acreditamos que temos capacidade para entusiasmar os grandes jogadores na Europa. Não vou falar em nomes. O que importa é termos certeza daquilo que podemos contratar. Sabemos os alvos que temos e a estrutura sabe até onde pode chegar. Temos de ser conscientes no que podemos contratar”, explicou.

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