Foi colocada a primeira pedra da obra que mudará Entrecampos. E começa com 128 casas de renda acessível

É o primeiro lote de cinco a entrar em obras para a construção de habitação que será arrendada pelo município a preços acessíveis e implicará um investimento de 14 milhões. É o arranque da Operação Integrada de Entrecampos.

Foto

Dentro de ano e meio, espera-se, existirá uma bolsa de casas no centro de Lisboa a preços que jovens e classes médias possam pagar. Está lançada a primeira pedra para a construção de 128 habitações junto à Avenida das Forças Armadas, que serão integradas no Programa de Renda Acessível do município. É também o arranque da designada Operação Integrada de Entrecampos.

“Esta é a primeira pedra de um conjunto que se desenvolverá aqui e que vai permitir a edificação de mais de 470 fogos”, notou o presidente da câmara, Fernando Medina, no lançamento da empreitada.

Este edifício, como os restantes quatro, vão localizar-se junto de um empreendimento da EPUL, que não chegou a ser concluído. Naqueles terrenos nascerão, além das 476 casas, vários equipamentos sociais de apoio para jovens e famílias da classe média. Todos deverão estar em obra até ao final do ano, prevê a câmara. O montante global do investimento vai rondar os 80 milhões de euros, sendo que este primeiro lote de 128 casas, que ficará junto à Rua Sanches Coelho, custará 14 milhões

Foto

Na prática, depois de construídos, estes fogos serão integrados no Programa de Renda Acessível, que é dirigido à classe média. Através do site Habitar Lisboa, quem assim o desejar poderá candidatar-se a uma casa. Será depois realizado um sorteio e quem for contemplado celebrará um contrato de arrendamento com o município. O valor das rendas custará cerca de um terço do rendimento líquido das famílias.

Este é mais uma frente para a criação de habitação com rendas a custos controlados na cidade. Para cumprir esse objectivo, o município está também a recuperar edifícios, ali bem próximos, na Avenida da República, que foram comprados à Segurança Social. Estão a ser requalificados e transformados em habitações e parte dessa oferta ficará disponível ainda este ano e ao longo de 2021. 

“É uma oferta de habitação de grande importância para permitir que jovens e classes médias venham viver na cidade de Lisboa em zonas de alta qualidade”, notou o autarca, lembrando ainda que a pandemia provocada pelo vírus SARS-CoV-2 veio demonstrar a necessidade de se construir uma “cidade em ciclo curto": onde se pode viver perto do trabalho, da escola dos filhos, de comércios, de espaços culturais. “É uma grande protecção do ponto de vista da saúde e da qualidade de vida”, disse. 

Foto

Além disso, a autarquia tem também em curso o Programa Renda Segura, no qual a câmara se compromete a arrendar imóveis a privados, para depois os subarrendar a preços controlados. Numa primeira fase de candidaturas, chegaram à fase final 177 casas, que o autarca espera ver incluídas no próximo concurso do Programa de Renda Acessível. Um novo concurso será lançado em Setembro, adiantou.

O arranque desta obra marca também o arranque da designada Operação Integrada de Entrecampos, um megaprojecto do município onde, além da construção de habitação acessível, estão previstas novas construções, sobretudo escritórios, nos antigos terrenos da Feira Popular. No final de 2018, esses terrenos foram vendidos à Fidelidade em hasta pública por 238,5 milhões de euros. A empresa arrematou ainda mais um terreno na Avenida Álvaro Pais por 35,4 milhões.

Na reunião de câmara de quinta-feira foram, de resto, aprovadas algumas alterações à operação de loteamento prevista para aqueles terreno. Segundo explicou Fernando Medina, com essa aprovação podem avançar os primeiros trabalhos de sondagem e de escavação nos terrenos, já em Setembro ou Outubro.

Os projectos de arquitectura para cada edifício, que estão a ser desenvolvidos pelos arquitectos Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza Vieira, terão depois de ser apreciados pelos serviços camarários para serem licenciados. “É um dos projectos mais importantes que a cidade conheceu nas últimas décadas e que vai resolver um grande problema urbano”, resumiu o autarca.

Sugerir correcção