O caminho de Pedro Melo Alves para a suspensão e a incompletude

Na primeira exploração mais consequente da sua formação em composição contemporânea, o músico criou um magnífico álbum dominado por três vozes e sob a influência de Raul Brandão.

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João Padua

Em alguns dos projectos de Pedro Melo Alves, um dos mais surpreendentes, originais e completos criadores do jazz português da última década, a música impõe-se por si. Nos apontamentos que vai tomando com vista à exploração de composições a bordo de formações como The Rite of Trio ou Omniae Ensemble, são sobretudo as ideias musicais que alimentam a sua imaginação e sugerem os territórios que quererá escavar e aprofundar. No caso dos Rite of Trio, através de uma musicalidade mais explosiva e indomável, filha dos sobressaltos estilísticos de John Zorn com total desrespeito por limitações à circulação entre diversos territórios; enquanto Omniae, na condução de uma linguagem mais aberta e abstracta, que convida a uma permanência mais constante da improvisação, disposta em torno de alguns fragmentos de composição. Em In Igma, projecto que agora se estreia em disco numa edição da Clean Feed, o cenário é um pouco diferente.

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