Como a Europa subsidia com milhares de milhões os principais causadores do aquecimento global
São mais de 137 mil milhões de euros de dinheiro público por ano, em isenções fiscais ao petróleo, ao gás e ao carvão. Há licenças gratuitas de emissões de CO2 para a indústria pesada (cimento, siderurgia), descontos no gasóleo agrícola e no combustível dos aviões. A força do lobby é clara. E ameaça todos os planos “verdes” da União Europeia.
Não há muito a dizer sobre Berchem, uma pequena aldeia com menos de mil habitantes, a 15 minutos de carro da capital do Luxemburgo. Mas todos os dias passam por ali de oito a dez mil pessoas. Vão ao único ponto de turismo daquela terra: a maior bomba de gasolina da Europa. Ali vende-se mais combustível do que em qualquer outro lugar, cerca de 260 milhões de litros por ano. No site da gasolineira há promoções em destaque — “oferecemos aos camionistas que abastecem mais de 500 litros um café gratuito” —, mas não são essas que fazem de Berchem um ponto no mapa para camionistas, cidadãos franceses, alemães e belgas. A razão é óbvia: 0,95 euros por litro de gasóleo, 1,06 por litro de gasolina.
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