O Espaço Porto Cruz reabriu como novo, mas a vista sobre o Douro é a de sempre
Depois de três meses de obras, o espaço regressa renovado, cumprindo um plano de contingência que assegura uma experiência única e segura.
Ao atravessar a Ponte Luís I, chegando à outra margem do rio Douro, atracamos em Gaia, no ponto em que as casas tipicamente portuenses escalam a paisagem até alcançarem o céu azul de Verão. Ali, no Largo Miguel Bombarda, o Espaço Porto Cruz reabriu portas há já quase um mês, depois de terminadas as obras que tinham sido começadas em Fevereiro e que sofreram alterações drásticas com a chegada inesperada de uma pandemia.
Apesar de avanços e recuos, o espaço reabriu com o selo Clean & Safe do Turismo de Portugal e a vista sobre o Douro parece nunca ter sido tão bonita como agora. Logo à entrada, apresenta-se a loja, onde imperam as garrafas de vinho, o quadro e a boneca da Mulher de Negro (o vulto icónico da marca Porto Cruz), os chocolates, os biscoitos, as compotas, o mel e os chás. Mas não é tudo – há ecrãs interactivos para uma experiência de prova de vinhos única, imagens deslumbrantes da Quinta de Ventozelo, propriedade do grupo Gran Cruz, barris, garrafas e rolhas a pender do tecto. Uma pequena viagem à tradição do vinho, à história por trás do líquido num copo de cristal. Um pouco para além da loja, há o cofre, onde se guardam os maiores segredos deste espaço em garrafas.
Lá fora, para além das quatro paredes, projecta-se uma esplanada, onde se poderá relaxar e apreciar a vista única enquanto se saboreia um copo de vinho. Para já, é apenas ainda um sonho, mas não faltará muito para a sua concretização.
A rota continua no piso de cima. A Mulher de Negro acompanha-nos ao subirmos as escadas – à noite, a sua sombra projecta-se nas luzes do espaço. Na sala do Douro, viajamos até ao momento das vindimas, mergulhando na experiência da produção do vinho, do primeiro ao último passo. O Douro transporta-nos pelas imagens, contando histórias do passado e do presente – de um país ligado ao campo e às uvas.
Para além do auditório, chegamos à sala de provas, onde o queijo harmoniza com o vinho na perfeição. Começamos com um vinho Dry White acompanhado do queijo com orégãos, prosseguimos com o Porto Branco Lágrima, embarcamos num vinho do Porto Rosé seguido de um Tawny e de um delicioso Vintage 1999. Fazendo o líquido boiar nos copos, despertam-se os aromas e os sabores, a doçura e a acidez. As cores vibram – as azeitonas, os biscoitos e as amêndoas dão novos gostos ao paladar, dançando com o trago do vinho.
Ainda há todo um mundo para descobrir. O terraço com vista panorâmica de 360º recebe-nos com o sol a espraiar-se sobre a Ponte Luís I. Estamos no restaurante deCastro Gaia, com uma nova configuração e uma cozinha completamente renovada. Primeiro, um cocktail Cruz Spicy Pink, com Porto Cruz Pink, laranja e chili, uma das muitas opções para escolher na carta de cocktails. Para picar, as recomendações do chef Miguel Castro Silva: salada de alcachofras e queijo cabra, tártaro de atum com salada asiática e peixinhos da horta com molho de limão. Como prato principal, o cachaço de porco bísaro com arroz cremoso de cogumelos. E como poderíamos dizer que não a uma sobremesa? A tarte de requeijão com gelado Porto Tawny ou o gratinado de maçã com creme inglês são exemplos perfeitos para acompanhar com o café. O restaurante deCastro Gaia disponibiliza ainda serviço take-away (deCastro em Casa) para que todos possam desfrutar dos seus sabores no recato do lar.
Para além das salas que contam histórias, embrulhadas no cheiro característico a vinho e a Douro, o Espaço Porto Cruz dispõe ainda de uma gelataria para os dias quentes que se avizinham. Tudo isto cumprindo um plano de contingência apertado, com regras de distanciamento, máscaras e gel desinfectante nos vários pisos e salas. Uma viagem segura e deliciosa, que percorre a história e a tradição.
Texto editado por Sandra Silva Costa