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Costa relativiza número de novos casos na região de Lisboa e garante que não há “descontrolo da situação”

Primeiro-ministro adverte que, quando se analisam resultados globais, é preciso ter em conta o número de testes realizados.

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António de Costa na posse da equipa das Finanças Daniel Rocha

No dia em que os centros comerciais na região de Lisboa e Vale do Tejo abriram portas após o desconfinamento, o primeiro-ministro veio desvalorizar a contínua concentração dos novos casos de infecção com SARS-CoV-2 naquela zona do país, garantindo que não existe um “descontrolo da situação” e que o número elevado de novos casos se deve aos testes feitos.

“Quando nós analisamos os resultados globais, temos de analisar também o número de testes realizados, porque se eu não fizer testes, eu não tenho resultados positivos. Quantos mais testes fizer, maior probabilidade é de obter resultados positivos”, começou por afirmar António Costa.

Revelando que, em termos europeus, “Portugal é o quarto país que maior número de testes realizou por milhão de habitantes”, o primeiro-ministro alertou para a necessidade de se comparar estes “números com os dos outros países e saber quantos testes é que os outros fizeram”. E prosseguiu: Se fizermos essa comparação verificamos que nós temos das mais baixas taxas de positivos da Europa Ocidental em função do número de testes realizados.”

Em declarações aos jornalistas no final da tomada de posse nesta segunda-feira da nova equipa das Finanças, liderada por João Leão, o primeiro-ministro fez questão de sublinhar que “não há um crescimento da pandemia naquela região do país e voltou a deter-se nos números. “Se relativamente à região de Lisboa em concreto compararmos a evolução do número de testes realizados com a percentagem de casos positivos desse o início de Março até agora, verificamos que estamos sensivelmente estáveis, ou seja, não há um crescimento da pandemia nesta região”, explicou António Costa, revelando que aquilo que existe são “mais casos conhecidos” que se devem ao maior número de testes à covid-19.

 “Porque há mais testes realizados, isto não indica que haja um descontrolo da situação, ou sequer um aumento da pandemia, o que se verifica é que há um melhor conhecimento da situação e temos uma realidade e que é essencialmente estável”, declarou.

O primeiro-ministro empenhou-se em explicar porque é que Lisboa e Vale do Tejo tem maior número de testes. “Há três semanas reorientámos a estratégia de combate à pandemia naquela região do país porque verificávamos que havia alguns focos para fazer testagens em massa em alguns sectores de actividades, sobretudo trabalhadores que trabalham por conta de empresa de trabalho temporário e, em segundo lugar, também em trabalhadores da construção civil”.

 “Esse trabalho muito focado ou em alguns concelhos e algumas freguesias e bairros desses concelhos permitiu-nos ter um melhor conhecimento e isolar mais precocemente pessoas que pudessem estar infectadas”, sublinhou Costa, para acrescentar: “É isso que tem justificado o facto de, enquanto em todo o país temos um baixíssimo número de novos casos, em Lisboa haver uma grande concentração, mas isso resulta do trabalho muito importante que tem sido feito pela saúde pública para permitir identificar e isolar os focos, que é a melhor forma de prevenir a sua disseminação.”

Desvalorizando o impacto da concentração da infecção naquela região, Costa considera exagerado que se fale em Lisboa e Vale do Tejo quando a incidência de novos casos de covid-19 existe em quatro concelhos. “Como sabemos, quando falamos em Lisboa e Vale do Tejo é um exagero relativamente mesmo à realidade da área metropolitana, e mesmo a realidade da área metropolitana é um exagero relativamente a quatro concelhos onde há uma maior incidência que anda na casa dos 4% a 5%.”

“Relativamente a essa matéria, estaria preocupado se não estivesse consciente de que isto é o resultado não daquilo que são os números gerais (…), mas do esforço proactivo das autoridades para identificar e isolar pessoas que estão doentes, e é nesse quadro que temos de compreender esta realidade e por isso eu diria: estou menos preocupado porque significa que as autoridades estão a fazer aquilo que devem fazer que é serem proactivas para procurar isolar casos o mais cedo possível.”

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