Há sete dias que os casos activos de covid-19 estão a aumentar em Portugal

Desde 2 de Junho que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus está a aumentar de forma ligeira. Esta terça-feira, há mais de 12 mil portugueses com infecção activa, metade dos que existiam a 15 de Maio.

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Mais de 12 mil portugueses têm infecções pelo novo coronavírus activas Manuel Roberto

Há sete dias, desde 2 de Junho, que os casos activos de infecção com o SARS-CoV-2 estão a aumentar em Portugal, ainda que de forma ligeira. Segundo os últimos dados da Direcção-Geral da Saúde, existem 12.475 pessoas que continuam infectadas nesta terça-feira. Este valor está muito longe do pico de 15 de Maio, altura em que existiam mais de 24 mil casos activos. Ainda assim, e apesar de serem contabilizados cada vez mais casos recuperados, o aumento do número de infecções das últimas semanas, principalmente na região de Lisboa e Vale do Tejo, faz com que o indicador dos casos activos não baixe.

Os valores desta terça-feira, por exemplo, não eram registados desde que foi efectuada uma mudança de metodologia no registo de dados no trace-covid, o sistema de vigilância clínica concebido para apoiar as equipas de saúde no acompanhamento e monitorização dos doentes, que entrou em vigor a 24 de Maio. Nesse domingo, o número de recuperados da covid-19 aumentou oficialmente para mais do dobro dos casos, de 7705 para 17.549.

A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou, na altura, que aos casos recuperados somar-se-iam os de pessoas cujos testes deram negativo para a covid-19, depois de terem sido contagiadas pelo novo coronavírus. “Para garantir que nenhum destes 9652 utentes era um caso já ‘extraído’, isto é, um dos 7705 casos recuperados que constam do boletim diário, e prevenir eventuais duplicações, procedeu-se a um cruzamento do número de utente, garantindo que a informação é fiável”, precisou a ministra, na habitual conferência de imprensa diária, garantindo tratarem-se de casos com pelo menos um resultado laboratorial negativo.

A adição destes quase 10 mil casos recuperados teve outro efeito nos números da epidemia: também os casos activos diminuíram nesse dia em quase metade, de 21.464 para 11.758. No entanto, foi a partir dessa data que a tendência se inverteu. Entre 24 de Maio e 2 de Junho, o número de pessoas que ainda estavam infectadas foi subindo e descendo de forma ligeira e à medida que os restantes indicadores (as mortes, os novos casos e o número de recuperados) também iam variando.

Só a partir de 2 de Junho é que os casos activos começaram a aumentar consecutivamente, atingindo esta terça-feira um pico que já não era verificado desde que foi efectuada a mudança de metodologia na contabilização dos casos recuperados, a 24 de Maio. De 2 para 3 de Maio, por exemplo, foram registados mais 145 casos activos, número que diminuiu no dia seguinte (mais 79) e que voltou a aumentar passadas 24 horas com o registo de 164 pessoas ainda infectadas.

De acordo com as informações disponíveis nos boletins diários da DGS não é possível perceber em que zonas do país estão localizados estes 12 mil casos activos, uma vez que só o número de mortes e casos diagnosticados são divulgados por região. Ainda assim, sabemos que desde 9 de Maio que Lisboa e Vale do Tejo regista mais novas infecções do que o Norte, a primeira região portuguesa a ser afectada pelo novo coronavírus. A 28 de Maio, a região de Lisboa e Vale do Tejo tinha dez vezes mais novos casos do que o resto do país.

Entre 2 e 9 de Junho, esta terça-feira, dos 2411 novos casos detectados em todo o país, 2115 foram registados em Lisboa e Vale do Tejo e 178 na região Norte. E dos 56 óbitos registados, 38 aconteceram na região da capital e 14 a Norte.

Portugal registou esta terça-feira mais 421 casos de infecção pelo novo coronavírus (num total de 35.306), o que corresponde a um aumento de 1,2% — a maior subida, em termos totais e percentuais, desde 8 de Maio.

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