Buñuel: os fantasmas da nossa liberdade
Se fosse preciso resumir uma história crucial do cinema à obra de dez cineastas, a de Luis Buñuel seria uma delas: retratou, como ninguém, todos os fantasmas da (nossa) liberdade. Segunda fase do ciclo iniciado o ano passado.
O cinema de Luís Buñuel volta às salas de Lisboa (Nimas) e do Porto (Campo Alegre), para a segunda fase do ciclo 25x Buñuel que a Medeia Filmes iniciou no Verão transacto. A partir de hoje, e prosseguindo até ao princípio de Julho (até dia 1 no Porto, até dia 8 em Lisboa), perfazem-se as vinte e cinco vezes com a exibição de mais dez títulos do cineasta hispano-mexicano, completando um voo sobre uma parcela significativa da obra do autor. Esta segunda fase acompanha essencialmente o período final do percurso de Buñuel, os filmes que fez depois da sua redescoberta pela Europa, sucedida depois da passagem de Los Olvidados por Cannes 1950, quando a crítica europeia descobriu, com certa estupefacção, que o velho ex-surrealista autor dos escandalosos Un Chien Andalou e L’Age d’Or, vinte anos antes, se encontrava plenamente activo na indústria mexicana, em auto-imposto exílio — mais do que ser persona non grata na Espanha franquista, a Espanha franquista era-lhe non grata.
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