O homem que joga sozinho e sem bola
Massimo Furlan é um performer italo-suíço que tem corrido o mundo a fazer de Platini, Boniek ou Madjer em jogos de futebol que ficaram célebres.
Há uma espécie de paralelismo invertido entre o futebol desconfinado a que vamos assistindo nestes tempos de pandemia e aquilo que Massimo Furlan anda a fazer há decadas. O futebol na era da covid-19 não tem público, mas tem jogadores e tem bola; o futebol que Furlan tem levado a vários estádios no mundo inteiro tem público, mas não tem jogadores, também uma espécie de ensaio para o distanciamento social que estamos obrigados a praticar. Ou melhor, só tem um, ele próprio. E falta-lhe o esférico. Já foi Michel Platini na meia-final do Espanha 82, entre França e Alemanha, já foi Rabah Madjer na final de Viena que deu o título europeu ao FC Porto, em 1987, às custas do Bayern Munique, já foi Sepp Maier na única vez que RFA e RDA se defrontaram, em 1974, num Mundial. Quem mais joga para além de Furlan é a memória. Dele próprio e do público.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.