Orquestras na pós-pandemia: uma rentrée estranha e fora de tempo
A Sinfónica do Porto regressa este sábado à Sala Suggia a abrir um calendário de regresso das orquestras portuguesas ainda muito rarefeito, e a apalpar um terreno muito incerto. Mesmo se os músicos se mostram felizes por retomarem o contacto com o público e sem medo da covid-19.
Quando é que, nos palcos da música erudita, iremos voltar a ouvir as grandes obras de Wagner, Mahler, Strauss, Liszt, Berlioz? Esta é uma questão a que ninguém verdadeiramente sabe ainda responder. Mas o maestro Pedro Amaral arrisca em avançar que “o reportório sinfónico e coral-sinfónico vai ficar confinado durante um ano”. Até lá, vamos, contudo, poder ouvir música barroca e Mozart, Beethoven (menos a 9.ª Sinfonia), Schubert, Mendelssohn… E muita música de câmara. E se nas últimas décadas do século XX, nos meios da música e em jeito de piada, se definia uma orquestra de câmara como uma sinfónica soviética no final de uma tournée ao Ocidente, nos tempos que correm podemos dizer que uma orquestra de câmara é uma sinfónica depois da pandemia da covid-19!
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