BE propõe subsídio de desemprego para trabalhadores sem descontos

Empregados de limpeza são um exemplo de trabalhadores que poderão ter acesso a este apoio.

Foto
Catarina Martins à chegada ao programa DR

O BE vai propor a criação de um subsídio de desemprego “especial” para trabalhadores que não cumpram as regras de descontos para a Segurança Social. O anúncio foi feito esta terça-feira de manhã pela coordenadora do BE, Catarina Martins, no programa Você na TV, da TVI.

É um subsídio de desemprego para esta fase da pandemia “à semelhança do que está a ser feito em Espanha”, “que não precisa das garantias” de pagamentos à Segurança Social e que serve para proteger quem “não tem nada agora”, explicou a dirigente, salvaguardando que “depois” essas pessoas serão integradas no sistema.

Catarina Martins aproveitou para falar na proposta depois de o programa ter anteriormente relatado casos de empregadas de limpeza que ficaram sem trabalho durante o estado de emergência. “É óbvio que toda a gente deve ter descontos. Há muita gente que não tem porque ganha pouco ou porque o patrão não deixa”, afirmou, defendendo que a solução proposta pelo BE de atribuir um subsídio “já, sem regras de descontos” pretende proteger quem “agora está sem nada, não pode pagar a água, a luz, ir ao supermercado ou à farmácia”.

Durante a conversa com o apresentador Manuel Luís Goucha, a coordenadora falou sobre a sua vida pessoal e sobre a política. Assumindo que o que mais a desencanta na política é a “falta de convicção”, Catarina Martins reconhece que muitas vezes teve de chegar a um “compromisso” durante a “geringonça”, apesar de acreditar “fortemente” nas suas convicções.

À pergunta sobre se se arrepende, a coordenadora do BE respondeu negativamente. “Não. De compromissos não. Todos os dias pensamos que podíamos ter feito de outra maneira”, disse.

Catarina Martins foi questionada também sobre se respeita um partido como o Chega, depois de ter afirmado respeitar “pessoas de todos os quadrantes políticos”. “Eu não disse partidos, disse pessoas”, afirmou. Instada a assumir sobre se respeita pessoas que aderem a valores de partidos como o Chega, a coordenadora do BE rejeitou que os valores do partido liderado por André Ventura sejam de direita. “Há pessoas de direita, com quem eu discordo frontalmente, compreendo que elas achem que aquele caminho é o melhor para as pessoas e quando falamos de extrema-direita estamos a falar de pessoas que defendem, mais ou menos, que os pobres ficam melhor se baterem nos miseráveis”, afirmou, considerando que o “ódio social trouxe das piores atrocidades do mundo”.

Sugerir correcção