Excesso de informação e de desinformação. Procura e desapego. Acesso e iliteracia. Estes “são tempos de paradoxo para os media.” Daniel Catalão, jornalista da RTP, utilizou esta expressão para lançar o debate e situou-a no contexto: “Vive-se um momento em que as pessoas procuram avidamente não apenas informações mas sim notícias, reportagens, narrativas de verdade, contadas por quem faz disso profissão e transmite confiança. Porém, é também um tempo em que, quando mais precisamos de jornalistas, há muitos em layoff, órgãos de comunicação social à beira da rutura financeira, mercado estagnado e um público que quer notícias, mas não quer pagá-las.”  

Ponto de partida para uma troca de ideias que envolveu cinco participantes: dois secretários de Estado (Nuno Artur Silva, do Cinema, Audiovisual e Media, e João Costa, Adjunto e da Educação); Teresa Calçada, Comissária do Plano Nacional de Leitura 2027; Manuel Carvalho, diretor do PÚBLICO; e João Martins, embaixador da juventude no projeto Better Internet for Kids. E que marca, no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, o arranque da operação “7 Dias com os Media”, promovida pelo GILM – Grupo Informal sobre Literacia Mediática.

O debate online está já disponível. Ao longo de pouco mais de uma hora, fala-se de literacia mediática — e isso é falar também do futuro do jornalismo; de cidadania ativa e do papel central da escola; de qualidade da democracia. E é, antes de mais, “falar de saber ler”, como resume, no final, o secretário de Estado João Costa.

A operação “7 Dias com os Media” promove, todos os anos, a reflexão acerca do papel dos media na sociedade e partilha ações propostas por todos os que queiram participar, individualmente ou em grupo, sem limites de idade (há um vídeo a esclarecer todas as dúvidas). Desta vez, quem estiver desinspirado ou não tiver tempo para criar (e registar) uma atividade alusiva à temática pode aproveitar os desafios que ao longo de toda a semanas serão lançados no site da iniciativa.