PS Porto propõe fundo para comprar computadores para alunos carenciados
Socialistas propõem criação de fundo de 1,5 milhões de euros para comprar 3000 tablets e 2500 computadores. Matosinhos já anunciou cedência de 500 computadores e 800 tablets.
As desigualdades entre crianças com e sem acesso a meios informáticos é “inaceitável” e, em tempos de pandemia, agravam ainda mais o “risco de reproduzir fenómenos de desigualdade, de pobreza e de exclusão para o futuro”. Quem o diz é o PS/Porto, que propõe a criação de um fundo com um valor mínimo de 1,5 milhões de euros para adquirir equipamentos informáticos e oferecer acesso à internet aos alunos mais carenciados da cidade.
Esse fundo, explica a concelhia em comunicado, deverá ter esse valor mínimo, assegurado pela própria Câmara do Porto, estando aberto à participação de mecenas privados. A ideia é conseguir 3000 tablets para crianças do 1º ciclo do ensino básico, 2500 computadores portáteis para alunos dos 2º e 3º ciclos e 5200 ligações de banda larga por três meses.
Simultaneamente, propõem os socialistas, a autarquia deve ajudar os agrupamentos de escolas a criar instrumentos de apoio escolar, dando ajuda logística e financeira para isso.
“Os alunos que beneficiarão deste apoio serão seleccionados pelos agrupamentos de escolas, com a intervenção das juntas de freguesia e das instituições que englobam a Rede Social do Porto”, sugerem, numa proposta que será feita no executivo maioritário de Rui Moreira na próxima reunião camarária.
Matosinhos cede 800 tablets e 500 computadores
No município vizinho a norte do Porto, a compra de material informático para as escolas já está decidida. A Câmara de Matosinhos vai investir 420 mil euros na compra de 800 tablets e 500 computadores, revelou a autarca Luísa Salgueiro. “O terceiro período [do ano lectivo] será muito especial. O ensino à distância trará muitos desafios e em Matosinhos não queremos que ninguém fique para trás. Vamos distribuir equipamentos e custear o acesso à Internet, quando necessário”, disse à agência Lusa a presidente da câmara.
Tal como o PS Porto propõe que aconteça no Porto, em Matosinhos os tablets serão entregues aos alunos do 1º ciclo e os computadores portáteis aos dos 2º e 3º. “Bem sabemos que para a telescola não são necessários tablets, mas consideramos que a relação aluno/ professor deve manter-se e ser promovida nomeadamente na vertente de actividades extracurriculares”, acrescenta Luísa Salgueiro.
Recorde-se que, devido à covid-19, o Governo decidiu encerrar as escolas até ao fim do ano lectivo e só em relação ao ensino secundário essa decisão poderá ser revista, garantiu António Costa.
A medida tomada pelo executivo socialista de Matosinhos e que o PS Porto gostava de ver replicada no Porto seria uma antecipação dos “compromissos assumidos pelo Governo para o próximo ano lectivo”, escreveram os socialistas no comunicado atrás referido.
Recorde-se que em Gondomar, onde há 16.800 alunos entre ensino básico e secundário, a autarquia já distribuiu por algumas das crianças mais carenciadas os 800 tablets doados aos agrupamentos escolares há alguns meses. “Sentimos que muitas não tinham acesso a meios informáticos e não podiam ter aulas”, explicava, na altura, o autarca Marco Martins.