Se todos fôssemos pássaros

Aqui só faltamos nós, as nossas pegadas, os nossos corpos. Embora haja sinais de que o trabalho não parou, a geometria dos espaços permanece.

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Da minha janela, não vejo a mudança da cidade lá fora. Não sinto a angústia das ruas vazias, do silêncio onde antes havia barulho de gente a viver a vida normal. Da minha janela, vejo o pedaço de rua que é só acesso às mesmas casas de sempre. Aqui não passa o trânsito da cidade, só chegam e partem os que cá vivem. E aí não noto diferenças em relação ao que éramos antes de um estado de emergência no moldar dos dias.

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