Chamem-lhes inovabonds, se quiserem, mas avancem agora

Chegará para a crise que aí vem? Ninguém sabe. Mas uma coisa é certa: o derrotismo é que nunca ganhou nada.

A história da zona euro desde 2010, como escrita pelos eurocéticos, é igual à definição do futebol dada uma vez por Gary Lineker: “é onze contra onze e no fim ganha a Alemanha”. Interessa a essa corrente de opinião apresentar a história desta forma, porque isso é a forma de apresentar o euro e a UE como realidades irreformáveis. Os eurocéticos não se incomodam com incentivar esse derrotismo; pelo contrário, dependem dele. O derrotismo leva à frustração e a frustração à incompreensão entre os eleitorados dos estados-membros da União Europeia. Se algumas pessoas o incentivam maldosamente, outras sentem-no sinceramente. Até gostariam de não o sentir, mas a falta de solidariedade numa situação de emergência funciona como um potenciador destes sentimentos, e a mistura é perigosa. Quanto mais derrotismo e frustração mais próximos estaríamos de deitar borda fora aquilo que custou tanto a construir.

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