Covid-19: moradores de bairro da Torre pedem ajuda mas Câmara de Loures diz que alguns recusam realojamento

No bairro da Torre, situado na localidade de Camarate, residem actualmente 18 famílias em condições precárias, sem acesso a luz eléctrica.

Foto
daniel rocha

Os moradores do precário bairro da Torre, no concelho de Loures, escreveram uma carta aberta a pedir uma intervenção urgente para minimizar a sua situação de vulnerabilidade, mas a autarquia diz que há famílias a recusar o realojamento.

No bairro da Torre, situado na localidade de Camarate, residem actualmente 18 famílias em condições precárias, sem acesso a luz eléctrica.

Nesse sentido, e numa altura em que o país se encontra em estado de emergência devido ao surto da covid-19, a Associação de Moradores do Bairro da Torre decidiu escrever uma carta aberta a alertar para a situação de vulnerabilidade em que vivem.

Na carta, assinada por 313 pessoas, os moradores pedem o fornecimento de energia eléctrica, de água e saneamento e a “melhoria imediata das condições de habitabilidade.

“A vida numa barraca sem nada, que não protege do frio, da chuva, dos ratos e que pode cair com os ventos fortes tem deixado marcas, que agora são mais difíceis de aguentar. Nestas condições agravadas de precariedade, a observação de quarentena e de convalescença em caso de contágio são muito limitadas”, pode ler-se.

A missiva é dirigida a várias entidades, entre elas o Presidente da República, a secretária de Estado da Habitação e o presidente da Câmara Municipal de Loures.

Contactado pela agência Lusa, o vereador com o pelouro da Coesão Social e Habitação na Câmara Municipal de Loures, Gonçalo Caroço, afirmou que a autarquia tem feito tudo para resolver os problemas do bairro, mas que há famílias a recusar o realojamento.

“Há quatro famílias que recusaram a solução de realojamento encontrada pela Câmara de Loures, inclusive a primeira signatária da carta, que é a presidente da associação de moradores”, criticou.

O autarca ressalvou que a Câmara de Loures tem sido a única a tentar resolver o problema dos moradores do bairro da Torre e lamentou a passividade de algumas entidades, nomeadamente do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

“Estamos a fazer o nosso trabalho e a realojar à medida das nossas possibilidades. Já as outras entidades não dão resposta”, apontou.

Gonçalo Caroço referiu que o município procedeu, a semana passada, ao realojamento de duas famílias e que durante esta semana haverá o realojamento de outra.

O autarca disse ainda que o município tem entregue refeições escolares às crianças que vivem no bairro.

“O objetcivo é que as famílias que ainda vivem na Torre saiam dali e possam ser realojadas em habitações dignas. Lamentamos é que os principais responsáveis por esta carta se recusem a sair, mesmo que lhes tenham sido apresentadas alternativas”, concluiu.