Covid-19: Portugal tem 187 mortes e 8251 infectados
Número representa aumento de 10,9% face aos casos registados no dia anterior.
Até esta quarta-feira foram registadas 187 mortes causadas por covid-19 (mais 27 do que na terça-feira) e um total de 8251 pessoas infectadas em Portugal, mais 808 do que na terça-feira. Os números foram divulgados no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), que actualiza os dados diariamente.
A taxa de crescimento de casos de infecção de terça para quarta-feira foi de 10,9%.
Há 726 pessoas internadas e 230 nos cuidados intensivos (mais 42 do que na terça-feira). Há ainda 4957 pessoas a aguardar resultados laboratoriais. A maioria dos óbitos (perto de 65%) registou-se na faixa etária mais avançada, de pessoas com 80 ou mais anos.
Do número total de óbitos, 111 pessoas (59%) são do sexo masculino, registando-se também a morte de 76 mulheres (41%) desde o início da pandemia de covid-19. O sexo feminino apenas registou maior número de óbitos na faixa etária entre os 40 e os 49 anos. Nas restantes idades, o número de morte de homens é superior.
A taxa global de mortalidade em Portugal é, neste momento, de 2,3% e de 9,1% acima dos 70 anos, anunciou, em conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales.
Na terça-feira, Portugal registou 160 mortes e 7443 infectados, um aumento de 16% no número de infecções.
A região norte continua a ser a zona do país com mais casos registados: são agora 4910, mais 458 do que no último boletim da DGS. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, há mais 199 casos, com o número de infectados nesta zona do país a subir para 1998. No centro do país, o número de infecções por covid-19 subiu para 1043, mais 132 do que na terça-feira.
Tal como no boletim de terça-feira, Lisboa continua a ser o concelho do país com mais casos confirmados. Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 41 infecções de covid-19, aumentando o total do concelho para 546. O Porto, em segundo lugar, tem 505 casos confirmados nesta nova contagem.
Os concelhos de Vila Nova de Gaia (387), Gondomar (337), Maia (328) e Braga (220), todos na região norte do país, seguem-se ao Porto no número de casos de infecção.
O número de pessoas que recuperaram da doença, 43, mantém-se inalterado há sete dias.
Portugal tem cerca de 1140 ventiladores
O secretário de Estado da Saúde revelou nesta quarta-feira que Portugal tem actualmente uma “capacidade de ventilação de cerca de 1142 ventiladores, cerca de 525 em unidades de cuidados intensivos, 480 em blocos operatórios e com uma capacidade de expansão de cerca de 134”.
“Em conjunto com aquilo que são as aquisições centrais que o Governo fez e o que são as disponibilidades oferecidas por outras entidades, pretendemos obviamente, a muito curto prazo, duplicar a nossa capacidade de ventilação em Portugal. Temos de estar sempre preparados para o pior e esperar o melhor”, acrescentou António Lacerda Sales.
A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, salientou também que “o país está a fazer um esforço grande para aumentar a sua capacidade de ventilação” e que uma das formas de o fazer é “não manter ventiladores ocupados” por situações como as cirúrgicas, “que podiam ser diferidas no tempo”. Graça Freitas garantiu ainda que “há mecanismos para aumentar a capacidade de ventilação para além das compras que estão previstas”.
Questionado sobre se as medidas de restrição impostas pelo Governo estão a resultar e sobre um abrandamento no registo de casos de covid-19 em Portugal, o secretário de Estado da Saúde acredita que ainda é “cedo para avaliarmos essa tendência”.
“Como sempre dissemos, o grau de incerteza é grande. Mas não podemos deixar de assinalar que, nos últimos dias, tem havido um abrandamento dessa tendência, sem que isso nos possa fazer retirar ainda conclusões. O que lhe poderei dizer é que estamos disponíveis para não abrandar, para já, estas medidas”, disse António Lacerda Sales, acrescentando que “temos de confiar que estas medidas foram bem tomadas e tomadas no tempo certo e provavelmente alguns desses números estão a dizer-nos exactamente isso”. “Mas penso que ainda é cedo para retirarmos conclusões.”
António Lacerda Sales notou ainda, em conferência de imprensa, que a linha SNS 24 atende actualmente mais de 18 mil chamadas por dia, sendo que antes da pandemia atendia, em média, cinco mil chamadas. “Em Março, foram atendidas mais de 300 mil chamadas”, avançou o secretário de Estado da Saúde, acrescentando que a linha SNS 24 conta actualmente com mais de 1400 profissionais de saúde.
O secretário de Estado da Saúde salientou também que “hoje são processadas muito mais amostras para diagnóstico da covid-19 do que nas semanas anteriores”, afirmando que foram tratadas mais de 69 mil amostras desde o dia 1 de Março e quase 40 mil amostras entre segunda-feira e domingo da semana passada — o que “representa mais do dobro relativamente à semana que a antecedeu”.
“Continua a ser crucial que as pessoas não adoeçam todas ao mesmo tempo e os contactos sociais têm mesmo de ser reduzidos ao mínimo, mesmo com a chegada da Páscoa”, lembrou António Lacerda Sales, destacando que se vive “um tempo de adaptação”.
“Os cidadãos adaptam-se às novas rotinas em suas casas, os profissionais de saúde adaptam-te à prática clínica e o Governo adapta-se sistematicamente” às mudanças que surgem e que “nem sempre são previsíveis”, disse, aplaudindo a capacidade de resposta “extraordinária” do Governo e dos serviços de saúde e a mobilização da sociedade civil.