E se um desenho teu fosse parar a um tapete da Gur? Só tens de concorrer

A marca de tecelagem artesanal quer ver desenhos em tempos de quarentena — e reproduzir os três melhores em tapetes. Desafia todos a olhar à volta, encontrar inspiração e a participar no concurso, a decorrer entre 1 e 15 de Abril. Uma dica: “Sê simples e criativo.”

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OK David/Gur
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Bianca Otilia Ghiuzan/Gur
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Elena Bompani/Gur

A ideia de abrir colaborações a todos — independentemente de serem ou não artistas, designers ou ilustradores — já existia há muito. Mas Célia Esteves nunca tinha tido disponibilidade para a pôr em prática. E que melhor altura do que agora, momento em que “todos estamos confinados dentro de casa”, para pegar em projectos que estavam guardados na gaveta? Por isso, a designer lançou o desafio: quem quer ver um desenho seu num tapete da Gur?

A marca, sediada no Porto e fundada em 2013, sempre viveu de colaborações com diversos artistas. Até à data, já foram “mais de 200” os que deixaram a sua assinatura nas peças de tecelagem artesanal, produzidas por tecedeiras essencialmente da zona de Viana do Castelo — de onde Célia é natural —, que utilizam materiais reciclados da indústria têxtil. E se a Gur começou como um passatempo, actualmente já conta com mercados como a China, Japão ou Estados Unidos.

Mas desta vez a ideia é que as colaborações “não sejam apenas restritas a pessoas que estejam mais dentro da área [do design] e que realmente gostavam de trabalhar” com a Gur, mas sim abertas a todos aqueles que queiram dar asas à criatividade em tempos de quarentena, explica a fundadora da marca ao P3. Para participar, basta fazer um desenho e partilhá-lo no Instagram (nas stories e no perfil) com as hashtags #homemustbetheplace — o mote do concurso — e #GURcompetition e identificar a conta @rugbygur. Cada concorrente pode participar com cinco desenhos, no máximo, que devem ser partilhados até dia 15 de Abril.

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Célia Esteves, 38 anos DR/Gur

Terminada a data de candidaturas, os desenhos serão avaliados por Célia, em conjunto com o designer francês Sam Baron e Júlio Dolbeth, professor na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto: “Ambos trabalharam comigo diversas vezes no Gur e têm conhecimento da técnica e das suas limitações”, justifica a fundadora. No dia 20 de Abril, vão ser anunciados, via Instagram, três desenhos vencedores: os autores recebem um tapete com o desenho escolhido, 100 euros pelos direitos de autor do desenho e passam a figurar na colecção.

O grupo de jurados vai ter em conta “a criatividade” dos concorrentes. Mas, atenção: como Célia costuma dizer, “be simple and creative” (“sê simples e criativo"). “Temos várias limitações na tecelagem. Apesar de já conseguirmos fazer muita coisa, manobrar o tear em função do que os artistas pedem, há muito que não conseguimos fazer”, refere. “Não é possível fazer a produção de um desenho muito complexo, mas conseguimos tirar pormenores desse desenho, de forma a manter a identidade do artista, mas de forma mais simplificada”, continua. No site da marca podem ser encontradas algumas recomendações que podem ser úteis na criação de um desenho simples e eficaz. 

Não há limitações a nível de tema, mas “o conceito partiu da ideia de termos de estar em casa” e, por isso, pode ser boa ideia olhar para o que temos dentro dela e que, por vezes, nos passa despercebido: “Há pormenores da nossa rotina que podem ser perfeitamente representados num tapete. Pode ser desde uma planta a uma janela. O concurso também quer marcar esta situação que estamos a viver e motivar as pessoas a serem criativas dentro do espaço em que estão.” Basta olhar à volta e pegar na caneta. Já tens ideias?

Artigo actualizado às 11h53 de 2 de Abril: foi acrescentada informação relativa ao prémio dos vencedores.

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