24 horas de cultura vistas do sofá
Nestes dias de confinamento as livestreams substituíram a nossa vida social. Tudo aquilo que não fazíamos em dias normais, por falta de tempo, parece agora disponível no nosso sofá. Mas não é que agora também não temos tempo?
No ecrã, o actor italiano Paolo Camilli está a ter uma conversa ao telefone. “Esta quarentena é uma ocasião para estarmos sós, para nos encontrarmos a nós mesmos”, diz a alguém. “Mas claro que me podes ligar por Facetime. Quando? Espera aí, vou verificar a agenda”. Pega então num caderno onde se lê “Quarentena 2020 Agenda”. E, sem nunca largar o telefone, começa a debitar marcações a uma velocidade estonteante. “Às 19h, dizes tu? Não pode ser, tenho ioga em directo no Instagram! Às 18h é a hora de flashmob na varanda para se cantar O Sole mio! De manhã tenho aula de ginástica em directo no Facebook, ao 12h há outra flashmob no balcão (…), mais o directo da Fedez-Chiara Ferragni que não posso perder. Nos próximos dias vai ser complicado!”
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