Como escolher quem salvar? “A selecção de doentes não é exclusiva dos tempos de crise”

Bioeticista Maria do Céu Patrão Neves diz que a objectividade do critério de escolha dos doentes está baseada na “optimização dos meios” e não “numa valorização de pessoas em detrimento de outras”. Uma conversa sobre as questões éticas desta pandemia.

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Paulo Pimenta

Maria do Céu Patrão Neves, catedrática de Ética e investigadora de Ética Aplicada, é perita em ética da Comissão Europeia e coordena um projecto internacional de capacitação ética e regulamentar no domínio dos ensaios clínicos. É autora e coordenadora de 32 livros. Em isolamento profiláctico há duas semanas, na ilha de São Miguel, Açores, sentiu “a angústia de uma clausura forçada, uma asfixia integral”, quando a ilha se fechou ao exterior. [Mas] compreendi, aceitei, apoiei. Estou comigo todo o dia, todos os dias. Tem sido uma experiência de autenticidade interessante. Não saíremos iguais desta crise”, diz a bioeticista. “Mas importa que saiamos melhores.”

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