GNR chamada a aldeia de Mangualde por causa de missa

A missa contou com a participação de oito pessoas.

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As celebrações de missas foram suspensas para ajudar a travar a pandemia da covid-19 Reuters/GIAMPIERO SPOSITO

A GNR foi hoje chamada a uma aldeia de Mangualde por ter sido celebrada uma missa durante a manhã. Trata-se de uma desobediência ao estado de emergência decretado pela Governo, que não permite a realização de actividades religiosas com público face à pandemia da covid-19.

A notícia foi avançada pelo Jornal do Centro e confirmada à agência Lusa por fonte do Comando Territorial de Viseu da GNR, que referiu que uma patrulha foi chamada à aldeia de Santiago de Carrusães, onde decorreu uma missa, com oito pessoas, durante a manhã. O padre foi alertado a suspender futuras celebrações religiosas. 

“Considerando o Estado de Emergência e as suas medidas, estamos mais com uma intervenção pedagógica junto das pessoas. Sensibilizámos o padre e as pessoas presentes e a comemoração que estava prevista para a tarde já não aconteceu”, afirmou à Lusa fonte da GNR de Viseu.

No combate à pandemia covid-19, muitas comunidades religiosas suspenderam as suas actividades. Desde dia 13 de Março que as missas comunitárias, catequeses e outros actos de culto foram suspensos pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). A Aliança Evangélica Portuguesa pediu que as comunidades e igrejas evangélicas não abrissem as portas para cultos e outras actividades “durante, pelo menos, duas semanas”. 

Sete pessoas já foram detidas por crime de desobediência

Desde o início do estado de emergência (cujas principais medidas entraram em vigor este domingo), já foram detidas sete pessoas pelo crime de desobediência, afirmou o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita. Uma delas foi detida por violação de dever de confinamento, no Porto. Os restantes seis casos “deveram-se a situações de incumprimento das indicações das forças de segurança relativamente a comportamentos ou relativamente a situações de circulação ou de prática de ajuntamentos não admissíveis”, explicou Eduardo Cabrita.

Ainda assim, o ministro destacou “o espírito de responsabilidade” da maioria dos portugueses, notando que a acção das forças policiais foi “maioritariamente pedagógica” no sentido de alertar para as condições do estado de emergência, com "situações pontuais de aglomeração”.