Carta aos leitores e leitoras do PÚBLICO
Saber o que decidem e fazem os poderes públicos, conhecer com base na inteligência e na razão o papel que nos cabe, evitar o alarmismo que gera o pânico ou o sensacionalismo que nos engana são condições cruciais para, colectivamente, vencermos a pandemia.
Há momentos na vida das nações em que as dificuldades e os desafios são de tal forma graves que só um verdadeiro esforço de todos e de cada um de nós é capaz de as ultrapassar e vencer. Vivemos um desses momentos. As dificuldades estão um pouco por todo o lado e o jornalismo não lhes escapa.
O propósito desta carta é chamar a sua atenção e apelar ao seu sentido cívico para constatar os perigos que corremos. Com centenas de postos de venda fechados, com as receitas publicitárias em queda acentuada, o futuro do PÚBLICO precisa mais do que nunca do apoio dos seus leitores. Do seu apoio.
Ser assinante representa hoje muito mais do que o acesso pleno às notícias, reportagens e opinião que publicamos todos os dias; representa também o seu compromisso com a sustentabilidade do nosso jornalismo independente e plural que, em tempo de crises, é crucial para enfrentarmos o perigo actual e para garantirmos a preservação da nossa sociedade livre e aberta.
A pandemia da covid-19 vai-nos obrigar a um extraordinário esforço de resistência para reduzirmos ao máximo os impactes do vírus. Para que esse esforço faça sentido, para que a coesão nacional se reforce, para que todos saibamos exactamente o que nos espera e o que podemos e devemos fazer é indispensável haver informação credível.
Saber exactamente o que decidem e fazem os poderes públicos, conhecer com base na inteligência e na razão o papel que nos cabe, evitar o alarmismo que gera o pânico ou o sensacionalismo que nos engana são condições cruciais para, colectivamente, vencermos a pandemia. Por isso decidimos libertar o acesso dos nossos textos sobre a covid-19 a todos os portugueses. Por isso decidimos desmontar todas as barreiras de acesso ao nosso site.
Um jornal e o jornalismo só o são plenamente se orientados pelo espírito de serviço público e pela obediência a um código de valores que vai desde o respeito pelas minorias, pela luta contra a discriminação, a defesa da democracia, do estado de direito, da liberdade de expressão ou da tolerância à necessidade de escrutinar os poderes para evitar abusos e defender os cidadãos.
O PÚBLICO inscreve estes princípios na sua matriz editorial desde a origem. Não iremos abdicar deles. Mas, para o conseguirmos, o seu apoio é fundamental. Por isso, pedimos aos nossos assinantes que continuem do nosso lado. Por isso, pedimos aos leitores que se juntem a esta causa. Tornem o nosso presente mais entendível e o futuro de todos mais esperançoso.