Operadores de telemóveis europeus partilham dados para combater o coronavírus
É uma abordagem menos invasiva do que a que está a ser feita noutros países, como China, Taiwan e Coreia do Sul, que usam a localização dos telemóveis para rastear indivíduos que deram positivo.
Os operadores de telemóveis estão a partilhar dados com as autoridades de saúde na Itália, Alemanha e Áustria, ajudando a combater o novo coronavírus monitorizando se as populações estão a cumprir os isolamentos , mas dizem que ao mesmo tempo estão a respeitar as leis da privacidade europeias.
Os dados, que são anónimos e agregados, tornam possível mapear situações de concentrações e movimentos de clientes em zonas críticas onde há mais incidência da doença covid-19.
É uma abordagem menos invasiva do que a que está a ser feita noutros países, como China, Taiwan e Coreia do Sul, que usam a localização dos telemóveis para rastear indivíduos que deram positivo ou para garantir que as ordens de quarentena estão a ser cumpridas
A abordagem asiática mostra resultados impressionantes. Na Europa, porém, a tónica é na monitorização o cumprimento dos isolamentos para travar a pandemia.
Na Alemanha, onde escolas e restaurantes estão a fechar e as pessoas foram mandadas trabalhar em casa, se puderem, os dados da Deutsche Telekom permitem mostrar se as ordens estão a ser cumpridas, disse o czar da Saúde, Lothar Wieler. “Se as pessoas se continuarem a mover como até à uma semana, vai ser difícil conter o círus”, disse Wieler, o presidente do Instituto Robert.
A Alemanha está a entrar na fase exponencial da doença, disse Wiele, acrescentando que sem progressos na redução dos contactos interpessoais, dez mil milhões de pessoas podem ficar infectadas nos próximos três meses.
Numa noite, os casos de coronavírus na Alemanha subiram de mais de 1000 para 8198, com dez mortes.
Itália e Áustria
Na Itália, a Telecom Itália, a Vodafone e a WindTre oferecera dados agregados às autoridades, que permitem ver os movimentos das pessoas.
A região da Lombardia está a usar os dados para verificar se o confinamento obrigatório está a ser cumprido. Movimentos de mais de 300-500 metros reduziram em 60% desde 21 de Fevereiro, quando o primeiro caso foi detectado em Codogno, mostra os dados.
“Estamos dispostos a fornecer qualquer que seja a possibilidade tecnológica, que seja legal, para auxiliar o Governo a ter uma visão do que se passa, baseado em dados alargados e anónimos”, disse o CEO Nick Read.
A Áustria decretou o confinamento nacional depois de o coronavírus ter alastrado numa estância de Ski no Tirol, e de as pessoas terem feito propagar o vírus pelo Norte da Europa quando foram para casa.
A Telekom Austria está a partilhar os seus dados, de acordo com as regras de privacidade da União Europeia, que restringem o processamento de dados sensíveis sem o consentimento explícito do indivíduo.
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