Grupo PSA suspende produção na Europa, Mangualde encerra dia 18

Decisão deve-se à “aceleração do número de casos graves de covid-19”, a doença provocada pelo novo coronavírus. Fecho de unidades será faseado.

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Grupo automóvel é liderado pelo gestor português Carlos Tavares Reuters/Christian Hartmann

O grupo francês PSA, detentor das marcas Peugeot, Citroën e Opel, e que tem uma fábrica em Mangualde, decidiu encerrar, de forma faseada, as unidades que tem na Europa, incluindo a de Portugal, que fecha no dia 18 de Março, por causa do coronavírus.

A decisão acaba de ser divulgada pelo grupo, que já teve de lidar com problemas semelhantes quando o coronavírus afectou a economia chinesa. Agora, trata-se de lidar com a pandemia de covid-19 na Europa, uma situação que fica a dever-se ao elevado número de casos de contágio “nas proximidades de alguns centros de produção” e também a “interrupções nos fornecimentos dos grandes fornecedores”.

O grupo liderado pelo gestor português Carlos Tavares avança hoje para a suspensão da laboração em Madrid e Mulhouse, situadas em Espanha e França. Na terça fecham três fábricas em França, uma em Espanha, duas na Alemanha, uma no Reino Unido e uma na Polónia.

Na quarta, dia 18, chega então a vez da unidade de Mangualde, bem como mais uma em França e outra em Espanha. Na quinta, serão temporariamente suspensos os trabalhos numa fábrica no Reino Unido e noutra na Eslováquia.

O grupo francês, que tem 1000 pessoas ao serviço em Mangualde, continuará este processo faseado de encerramento temporário pela Europa fora até ao dia 27 de Março.

Esta notícia surge poucos dias depois de ter sido divulgada a nomeação de um novo director de produção para Mangualde. Trata-se de José Luís Alonso Mosquera, quadro da PSA desde 1999, que assumirá funções a 1 de Abril.

A unidade de Mangualde é a segunda maior produtora de automóveis em Portugal, depois da Autoeuropa, que suspendeu a laboração nesta segunda-feira, também devido aos impactos das medidas anti-coronavírus.

Em 2019, esta fábrica produziu 77.707 unidades, um aumento de 23% face a 2018. Questionada pelo PÚBLICO sobre a forma como esta paragem forçada se repercutirá na vida dos trabalhadores, fonte do departamento de comunicação da PSA em Portugal disse que não tinha mais pormenores a adiantar. Falta definir, portanto, se haverá recurso a férias ou a ferramentas de flexibilidade laboral, e se a opção tomada terá impacto nos salários. A direcção já se reuniu com a Comissão de Trabalhadores nesta segunda-feira, mas o desenho final da medida só será comunicado mais tarde, disse a mesma fonte.

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